Por Marta Nogueira e Roberto Samora
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) poderá voltar a ofertar óleo da União ao mercado ainda neste ano, por meio de processo competitivo, disse à Reuters um diretor da companhia, após uma licitação para contratar um agente comercializador ter falhado em atrair investidores nesta quarta-feira.
A companhia, responsável por representar a União nos contratos de partilha de produção no pré-sal, tem como uma das missões vender a parcela de petróleo que pertence à nação. A estatal pode comercializar diretamente, preferencialmente por leilão, ou por meio da contratação de um agente comercializador.
A concorrência internacional realizada virtualmente nesta quarta-feira buscava a contratação de um agente para comercializar volumes de petróleo da União produzidos no campo de Tupi (ex-Lula), no pré-sal da Bacia de Santos, um dos mais produtores do mundo em águas ultraprofundas.
O contrato seria de cinco anos, período em que deveriam ser comercializados 4 milhões de barris de petróleo a um valor estimado de 218 milhões de dólares.
"Essa licitação foi pioneira... Nós sabíamos que o pioneirismo poderia levar a pouco interesse", disse à Reuters o diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, Samir Passos Awad.
De 10 empresas convidadas para participar, Equinor, Petrobras (SA:PETR4) e Total foram habilitadas, mas não apresentaram propostas e a concorrência foi declarada "deserta".
"A gente planeja voltar ao mercado com outra modalidade ainda neste ano, um leilão na B3 (SA:B3SA3) é uma das alternativas."
No passado, a PPSA chegou a vender volumes de petróleo em leilão na bolsa paulista B3. Outras alternativas, como venda direta, podem ser consideradas, mas sempre por meio de competição, disse o diretor.
Além de Tupi, a PPSA poderá ter petróleo de outros campos para comercializar, como de Mero e Sapinhoá, disse o diretor.
Em um primeiro momento, a PPSA não deverá retomar a ideia de realizar uma licitação para contratar um agente comercializador, explicou Awad, pontuando que "o mercado não recebeu bem esse modelo".
Segundo o executivo, ainda é cedo para dizer o que pode ter dado errado na licitação realizada nesta quarta-feira, mas que o resultado será analisado para que possam ser empenhados ajustes futuramente.