SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio do frete por quilômetro aumentou 11% em fevereiro ante janeiro e fechou a 7,88 reais, impulsionado pelo setor agropecuário como um todo e pelo escoamento da safra de soja 2022/23, que está sendo colhida no Brasil, conforme dados do Índice de Frete Repom (IFR) divulgados nesta quinta-feira.
O setor agro encareceu em 27% o valor do frete no mês e a safra de soja, sozinha, elevou o custo em 10%, informou a companhia.
Além do transporte de produtos agrícolas, o alto patamar de taxa de juros contribui para a elevação dos fretes, disse a Repom.
"Um contexto de altas taxas dificulta o acesso dos caminhoneiros ao crédito para capital de giro e para o financiamento de equipamentos. Além disso, o aumento pelo embarcador no prazo de pagamento do frete, sobrecarrega ainda mais o bolso dos profissionais da estrada e diminui seu poder de compra", afirmou em nota o diretor da Repom, Vinicios Fernandes.
No consolidado de 2022, o diesel onerou em 40,45% do preço médio do frete.
No entanto, como reflexo das últimas reduções no valor do combustível, neste início de 2023 o percentual baixou e a fatia que corresponde ao diesel na composição do frete de fevereiro foi de 37,63%.
Além disso, no dia 17 do mês passado, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a nova tabela do piso mínimo do frete, com redução de 5,72%, resultado da oscilação para menos no preço final do diesel S-10.
O IFR é um índice do preço médio do frete e sua composição, levantado com base nas 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio administradas pela Repom.
A Repom, marca da Edenred Brasil, é especializada em soluções tecnológicas de gestão e pagamento de despesas para o mercado de transporte rodoviário de carga, com mais de 1 milhão de caminhoneiros atendidos por suas soluções em todo o Brasil.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)