Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do ouro subiram de novo nesta sexta-feira (14), carregados por uma avalanche de dinheiro em produtos baseados no metal dourado em meio a preocupações com bolhas de ativos tanto em ações quanto em títulos.
De acordo com dados compilados pela Bloomberg, ETFs compraram 27.501 onças líquidas de ouro ontem (13), o 17º dia seguido de adições líquidas a ativos sob gestão do setor.
Isso significa que investidores ETF compraram 83,4 milhões de onças líquidas até então este ano, o que explica a alta nos preços, apesar de uma queda acentuada nas compras por usuários finais, como bancos centrais e joalherias.
Às 16h40 (horário de Brasília), os futuros do ouro para entrega na Comex tinham subido 0,47%, para US$ 1.586,25 a onça troy, tendo atingido uma máxima intradiária de US$ 1.586,95 às 16h00. O ouro spot estava em alta de 0,45% a US$ 1.583,82.
Os futuros da prata estavam em alta de 0,68% a US$ 17,73, enquanto os futuros da platina estavam em queda de 0,67% em US$ 968,05, derrubadas por uma liquidação no paládio. Os futuros do cobre estavam em queda de 0,57% em US$ 2,60 por libra.
O ouro foi apoiado por dados relativamente mais fracos da produção industrial dos EUA, que mostraram uma leve queda na produção e na utilização da capacidade - embora não suficientes para mudar a previsão da taxa de juros do Federal Reserve.
De qualquer forma, as chances de maior flexibilização monetária foram interrompidas quando as vendas no varejo nos EUA chegaram como esperado em janeiro, com uma alta de 0,3%, enquanto o índice de Sentimento do Consumidor da Universidade de Michigan subiu mais do que o esperado para o seu nível mais alto desde maio do ano passado.
Tudo isso se somou a crescentes expectativas de que o surto de coronavírus pode atingir seu pico em breve, limitando o dano à economia mundial e eliminando a necessidade de ainda mais estímulo econômico.
O Fed de Nova York havia dito ontem que reduziria o valor que estava emprestando nas operações overnight e operações de recompra de duas semanas, marchando contra as percepções de que poderia estar alimentando uma bolha em ativos de risco que alegremente deram de ombros ao surto de coronavírus. Analistas da empresa de consultoria PriceWaterhouseCoopers estimam um impacto absoluto no dólar de cerca de US$ 570 bilhões, superando todas as recentes epidemias similares.