Investing.com - Os preços do petróleo recuaram nesta terça-feira, com os investidores realizando os lucros do intenso rali que lançou os preços à máxima de 16 meses, após a formalização do primeiro acordo de corte de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo em oito anos.
O petróleo bruto americano estava sendo negociado a US$ 51,35 o barril às 7h16, registrando queda de US$ 0,43, ou 0,83%, desde seu último fechamento. A commodity atingiu a máxima de US$ 52,42 no intradia na última segunda-feira, o maior valor desde julho de 2015.
Os contratos futuros do Brent, referência mundial, operavam em queda de US$ 0,27, ou 0,49%, cotados a US$ 54,67 o barril. O Brent atingiu a máxima de US$ 55,33 nesta segunda-feira, também o maior valor desde julho de 2015.
O petróleo bruto americano disparou 14% na última semana, efetivando o maior ganho percentual semanal desde o início de 2011, e o Brent registrou escalada de quase 15% na semana após a Opep concretizar acordo sobre seu primeiro corte de produção coordenado desde 2008.
O acordo promoverá uma redução de 1,2 milhão de barris da produção diária para o grupo produtor, entrando em vigor em janeiro de 2017.
O acordo também inclui ação coordenada com não membros da Opep, incluindo a Rússia, que deverão diminuir sua produção em 600.000 barris por dia.
O impacto da redução da produção será reavaliado após seis meses, com uma opção de ampliação por mais seis.
A Opep chegou ao acordo em uma tentativa de reduzir o excesso de oferta global que tem pressionado os preços do petróleo desde meados de 2014.
Os investidores começaram a voltar sua atenção para uma reunião da Opep e de não membros do órgão em Viena, no dia 10 de dezembro, que visa finalizar os detalhes do acordo.
A Rússia declarou que reduzirá a produção em 300,000 barris por dia, mas que faria de acordo com os níveis de novembro.
Na última sexta-feira, a Rússia relatou que sua produção média diária de petróleo foi de 11,21 milhões de barris por dia em novembro, o maior nível em quase 30 anos.
Os dados desta terça-feira mostraram que a produção de petróleo do grupo atingiu máxima recorde em novembro, com 34,19 milhões de barris produzidos por dia, ante 33,82 milhões em outubro.
Esse aumento da produção desencadeou receios de que o excesso de oferta global poderia persistir em 2017.
Os analistas alertaram que o corte fará com que outros produtores, especialmente as perfuradoras de xisto nos EUA, aumentem sua produção.
Além disso, também ficaram em dúvida sobre como o acordo será aplicado, porque a Opep não tem autoridade para fazer seus membros cumprirem-no.