Por Noah Browning
LONDRES (Reuters) - Os preços do petróleo caíam cerca de 2% nesta quinta-feira, no quinto dia consecutivo de perdas, para o menor nível desde janeiro de 2019, à medida que uma alta nos casos de coronavírus fora da China disparou temores de uma pandemia que poderia desacelerar a economia global e impactar a demanda pela commodity.
O petróleo Brent recuava 1,17 dólar, ou 2,19%, a 52,26 dólares por barril, às 8:24 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 1,12 dólar, ou 2,3%, a 47,61 dólares por barril.
Pela primeira vez desde que o surto de coronavírus surgiu na China, o número de infecções fora do país excedeu o número de casos chineses.
A disseminação do vírus para grandes economias incluindo Coreia do Sul, Japão e Itália levantou temores de que o crescimento na demanda por combustíveis será limitado. A consultoria Facts Global Energy projetou que a demanda por petróleo deve crescer em 60 mil barris por dia em 2020, o que chamou de "praticamente zero".
O presidente norte-americano Donald Trump tentou acalmar os Estados Unidos na quarta-feira, ao afirmar que o risco pelo coronavírus segue "muito baixo", mas os mercados de ações asiáticos caíram na manhã desta quinta-feira.
"O impacto negativo nos preços deve se intensificar se o coronavírus for declarado uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde, algo que parece iminente", disse Tamas Varga, analista da PVM Oil Associates.
"O sentimento (do mercado) é sombrio e o fim do túnel não está à vista-- não há luz à frente, apenas escuridão. Nem um relatório semanal novo positivo nos EUA foi capaz de apoiar os preços."
Os estoques de gasolina nos EUA caíram em 2,7 milhões de barris na semana até 21 de fevereiro, para 256,4 milhões, segundo a Administração de Informação de Energia (AIE), com uma queda no processamento das refinarias.
Os estoques de petróleo dos EUA aumentaram em 452 mil barris, para 443,3 milhões de barris, abaixo da alta de 2 milhões de barris estimada por analistas.
O mercado de petróleo agora aguarda possíveis aumentos nos cortes de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, incluindo a Rússia, um grupo conhecido como Opep+.