Por Mark John
LONDRES (Reuters) - Os riscos criados pela mudança climática e pela destruição ambiental estão no topo da agenda dos formuladores globais de decisões que se preparam para ir à reunião da elite mundial em Davos, nas montanhas suíças, segundo uma pesquisa anual.
Pela primeira vez, as cinco maiores preocupações registradas em relatório produzido pelo centro de estudos que organiza o evento, são ambientais: de eventos climáticos extremos à perda de biodiversidade e incidentes como vazamentos de petróleo e contaminação radioativa.
As guerras comerciais e a ascensão de políticos nacionalistas em todo o mundo também foram citados pela comissão de mais de 750 especialistas e tomadores de decisão entrevistados como problemas que tornam mais difícil países trabalharem juntos em busca de soluções.
"O panorama político está polarizado, os níveis do mar estão subindo e os incêndios decorrentes do clima estão ardendo", disse Borge Brende, presidente do Fórum Econômico Mundial (FEM), pedindo mais ações coletivas.
A edição deste ano de Davos, que acontece na semana que vem, escolheu a sustentabilidade como seu tema principal, e acontece no momento em que ativistas como Greta Thunberg aumentam a pressão sobre empresas e governos para que combatam a mudança climática e outras ameaças ambientais.
Ao mesmo tempo, economias de ponta estão atrasadas nos compromissos assumidos no Acordo de Paris de 2015 para reduzir as emissões de carbono, e os ativistas continuam desconfiados de promessas vazias, apontando para os subsídios gigantescos e os fundos privados ainda disponíveis para combustíveis fósseis.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve comparecer, mas alguns líderes mundiais se ausentarão. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, orientou seus ministros a evitarem um evento que muitos veem como elitista, disse uma fonte de seu gabinete.
Na tentativa de se antecipar às críticas de que seus convidados privilegiados são parte do problema, o FEM disse que a edição deste ano de Davos usará compensações para zerar seu carbono, disponibilizará mais carros elétricos e oferecerá alimentos locais e opções com proteínas não derivadas da carne.
As preocupações ambientais vêm subindo na sua lista de possíveis riscos de longo prazo nos últimos anos, uma mudança marcante em relação a uma década atrás, quando as maiores economias ocidentais mergulharam na recessão por causa da crise financeira.
Além do meio ambiente, a pesquisa de 2020 ressalta temores a respeito das limitações na governança do setor de tecnologia, dos setores de saúde em apuros e da desigualdade alta.