BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente argentino, Alberto Fernández, disse nesta sexta-feira que as tarifas sobre as exportações de grãos são uma forma de evitar que o aumento dos preços internacionais seja transferido para os valores internos, mas esclareceu que carece de apoio da oposição para aprovar mudanças no Congresso.
As tarifas sobre exportações são uma ferramenta do governo para tentar conter a inflação dos preços, numa economia que caminha para alta do indicador de 60% em 2022, segundo estimativas privadas.
"Temos que fazer algo para tentar dissociar os preços domésticos dos preços internacionais. O modo de fazer isso é por meio das retenções (tarifas sobre as exportações)", disse Fernandez em comunicado à Rádio Con Vos.
"Agora as retenções são uma questão legislativa e preciso que o Congresso entenda o problema e acompanhe uma decisão dessa natureza quando o caso surgir", explicou.
Mas ele acrescentou que provavelmente não tem o apoio da oposição para um aumento das alíquotas.
Em março, o governo anunciou um aumento de 31% para 33% no imposto de exportação de farelo de soja e óleo de soja e a criação de um Fundo Estabilizador de Trigo.
Um porta-voz do Ministério da Agricultura disse à Reuters que não há nenhum projeto no governo para aumentar as tarifas sobre as exportações.
Os impostos sobre os embarques de produtos agrícolas e agroindustriais são uma fonte de recursos muito importante para o governo argentino. A Argentina também tributa os embarques de trigo e milho, em 12%.
A Argentina é o segundo maior exportador mundial de milho e um importante fornecedor internacional de trigo.
(Por Eliana Raszewski)