Por Parisa Hafezi
VIENA (Reuters) - O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, disse aos exportadores de gás nesta terça-feira que evitem quaisquer sanções "cruéis" como as impostas pelos Estados Unidos a Teerã, e seu governo disse que uma retomada do acordo nuclear iraniano de 2015 com potências mundiais depende da suspensão de tais restrições.
"Os membros deste fórum não devem reconhecer essas sanções... (porque) no mundo de hoje vemos que as sanções não serão eficazes", disse Raisi em uma conferência de exportadores de gás em Doha.
A Reuters informou na semana passada que um acordo EUA-Irã está tomando forma em Viena após meses de negociações indiretas para retomar o pacto nuclear abandonado em 2018 pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, que também reimpôs amplas sanções ao Irã.
O acordo de 2015 entre Irã e potências mundiais limitou o enriquecimento de urânio de Teerã para dificultar o desenvolvimento de material para armas nucleares, se assim o país desejasse, em troca da suspensão das sanções internacionais contra Teerã.
"Quaisquer sanções que afetem os benefícios econômicos do Irã com o acordo (nuclear) precisam ser suspensas", disse o porta-voz do gabinete, Ali Bahadori Jahromi, em entrevista coletiva transmitida ao vivo em um site estatal.
Desde 2019, Teerã tem agido muito além dos limites do acordo, reconstruindo estoques de urânio enriquecido, refinando-o para maior pureza físsil e instalando centrífugas avançadas para acelerar a produção.