Por Roberto Samora e Marcelo Teixeira
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de açúcar do centro-sul do Brasil na próxima temporada (2020/21) foi estimada em 28,5 milhões de toneladas, aumento de 8,8% ante a temporada anterior, de acordo com avaliação da INTL FCStone, que apontou uma maior destinação de cana para a produção do adoçante.
"Para o mix produtivo esperado para 2020/21, é preciso considerar que a piora nas perspectivas de produção nos principais players da Ásia, bem como na União Europeia, deve elevar ainda mais o déficit na safra-mundo de 2019/20 (out-set)", explicou a corretora e consultoria nesta quinta-feira.
Para o período, a FCStone estima déficit de 7,7 milhões de toneladas no mercado global de açúcar em 2019/20 (outubro-setembro), ante superávit de 0,2 milhões no período 2018/19, em meio a reduções expressivas na produção da Índia e Tailândia.
Segundo relatório, embora os estoques elevados em alguns países possam atuar como fator limitante à valorização do açúcar no curto prazo, espera-se que, de modo geral, "a forte redução na fabricação total da commodity resulte em viés altista às cotações internacionais".
Dessa forma, a FCStone estima que a destinação de cana para a produção de açúcar no Brasil cresça para 37,4% em 2020/21, alta de 2,8 pontos percentuais ante o ciclo anterior, que atingiu o menor nível da história.
O patamar do mix para o açúcar estimado para a próxima safra, apesar da alta anual, é o terceiro menor em toda a série histórica, disse a consultoria.
Com uma redução na destinação de cana para o etanol, a produção do combustível cairá 3,8%, para 29,4 bilhões de litros.
Por sua vez, a produção de etanol de milho do centro-sul 2020/21 aumentará 48,2% na comparação com safra anterior, para 1,8 bilhão de litros, com a ampliação da capacidade produtiva por meio da inauguração de novas destilaria.
Mesmo considerando a produção de etanol de milho, a fabricação total do combustível (incluindo o de cana) cairá 1,9%, para 31,2 bilhões de litros na temporada.