Madri, 13 mai (EFE).- Substituir as lamparinas a querosene utilizadas por várias famílias da região amazônica brasileira e da África por lâmpadas solares é o objetivo da ONG espanhola Light Humanity, dedicada a combater a pobreza energética e a mudança climática desde 2018.
"Buscamos um modelo sustentável para impulsionar tanto a transição energética na Espanha como combater a pobreza energética em nível mundial", explicou nesta segunda-feira o porta-voz da Light Humanity, Eugenio Calderón, em entrevista à Agência Efe.
Na próxima quarta-feira, a ONG iniciará a segunda campanha de distribuição de lâmpadas solares no município de Breves, no Pará, onde cerca de 50 mil pessoas não têm acesso à eletricidade.
Na Amazônia e em zonas rurais da África e do resto do mundo é comum a utilização de lamparinas a querosene para a iluminação porque, segundo um relatório de 2018 da Agência Internacional de Energia (AIE), um bilhão de pessoas carecem de acesso à eletricidade, o que equivale a "uma em cada sete pessoas no mundo".
A combustão do querosene emite partículas que são prejudiciais para a saúde e um potente fator do aquecimento global, já que "este carvão negro é capaz de absorver os raios solares e aquecer o ar, sendo um agravante ao aquecimento do planeta", afirmou Calderón.
O projeto é financiado graças à venda de produtos baseados em tecnologia solar da Light Humanity em território europeu. A partir da compra de algum produto, uma lâmpada solar é doada às famílias que carecem de eletricidade para que "tenham a oportunidade de acender uma luz".
A organização já entregou mais de cem lâmpadas solares, proporcionando acesso à energia a mais de mil pessoas. A ONG pretende chegar a 350 com a nova campanha no Amazonas.
"Estamos coordenados com as autoridades de saúde locais para dar prioridade às famílias com algum membro com problemas respiratórios graves ocasionados por este tipo de lamparinas a querosene", ressaltou.
A iniciativa evitou a emissão de mais de 13 mil quilogramas de dióxido de carbono (CO2) e tem em andamento projetos em Chibabava (Moçambique), para onde pretende enviar milhares de lâmpadas solares antes do término de 2019 graças à colaboração com organizações locais.