Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do petróleo se recuperaram de uma queda de dois dias na quinta-feira após os dados mostrarem uma sétima semana de recuo nos estoques dos EUA.
Mas a tendência de alta do mercado foi limitada pelas preocupações de que os produtores globais possam produzir mais que a cotas acordadas, em meio a problemas no seio do cartel Opep+. Temores de que a variante delta da Covid-19 possa levar a outro grande surto do vírus também criaram um elemento de risco nos mercados.
O petróleo WTI, negociado em Nova York, fechou em baixa de US$ 0,74, ou 1% a US$ 72,94 por barril.
O WTI perdeu 5,5% nos dois pregões anteriores, em meio a preocupações de desunião dentro da Opep+, que reúne a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, liderados pelos sauditas, e outros 10 produtores de petróleo liderados pela Rússia.
O Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, fechou em alta de US$ 0,69, ou 0,9%, a US$ 74,12. O Brent perdeu quase 5% entre segunda e terça-feira.
Os estoques dos EUA caíram pela sétima semana consecutiva, consumindo mais de 40 milhões de barris combinados, em função da demanda de combustíveis no verão do hemisfério norte em meio a uma forte recuperação econômica da pandemia do coronavírus, como revelam os dados da Administração de Informações de Energia (EIA, na sigla em inglês).
Os estoques no maior país consumidor de petróleo do mundo caíram 6,87 milhões de barris na semana passada, segundo a EIA. Os analistas da indústria acompanhados pelo Investing.com tinham antecipado um consumo de apenas cerca de 4 milhões de barris de petróleo durante a semana que terminou em 2 de julho.
Os estoques vêm caindo incessantemente a cada semana desde 17 de maio, totalizando 40,5 milhões de barris, ou uma média de 5,8 milhões de barris por semana.
O grande consumo vem ao mesmo tempo em que as refinarias dos EUA se concentram em produzir o máximo de gasolina que conseguirem neste verão, para atender à demanda projetada. De acordo com a EIA, os refinadores operaram semana passada a 92,2% da capacidade, próximo aos níveis observados no verão de 2019, bem antes do início da pandemia.
Os estoques de gasolina em si caíram 6,1 milhões de barris na semana passada, contra as previsões de um consumo de 1,8 milhão de barris, demonstrando uma atividade de refino cada vez mais intensa.
Os estoques de destilados, que incluem diesel e óleo para aquecimento, aumentaram em 1,6 milhões de barris, formando o único componente bearish no conjunto de dados divulgados pela EIA. Os analistas haviam previsto um acúmulo de apenas 150.000 barris.
O petróleo despencou mais cedo nesta semana depois que desavenças entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes, antes membros convictos da Opep, ameaçaram os cortes de produção da Opep+, aliança estendida de 23 membros que havia conseguido elevar os preços do petróleo dos patamares de baixa durante a pandemia, de US$ 40 negativos por barril para o WTI, às atuais máximas em sete anos.