SÃO PAULO (Reuters) - As queimadas registradas desde o fim de agosto em canaviais paulistas alcançaram uma área de mais de 181 mil hectares, elevando os prejuízos aos produtores a 1,2 bilhão de reais, afirmou nesta sexta-feira a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), em nova atualização de seu balanço sobre os impactos dos incêndios.
Na semana passada, a entidade, que conta com 35 associações de fornecedores de cana e representa mais de 12 mil produtores, havia estimado a área atingida em mais de 100 mil hectares, com perdas somando 800 milhões de reais.
Segundo a Orplana, o cálculo dos prejuízos dos incêndios envolve os efeitos na cana em pé, soqueiras e na qualidade ruim da matéria-prima, assim como para o manejo e custos de replantio.
O CEO da organização, José Guilherme Nogueira, afirma que o produtor ainda está juntando os cacos para entender os próximos passos.
"O custo de implantação na renovação de canavial é por volta de 13,5 mil reais por hectare. E mesmo naquela rebrota que ainda continuar viável, que não precisar do replantio, pode ser que precise de manejo e nutrientes, em que os custos também impactarão. Isso porque, o colchão de palha que havia ali auxiliava contra plantas daninhas, na retenção de água e na matéria orgânica do solo", explica.
"Além disso, as rebrotas de cana de 3 e 4 meses viraram pó, causando um acúmulo de cinzas, que também precisará de manejo na área", acrescentou, em nota.
Devido às perdas, a Orplana avalia que a cana só conseguirá rebrotar quando as chuvas chegarem de forma uniforme e volumosa.
"A taxa de plantio, a área a ser disponibilizada para colheita no próximo ano e o cenário de clima seco podem sim impactar a safra futura", disse Nogueira, ponderando que ainda é "muito cedo" para qualquer previsão, já que isso deepnderá das chuva e clima nos próximos meses.
(Por Letícia Fucuchima)