SÃO PAULO (Reuters) - A Raízen Energia, maior grupo sucroenergético do mundo, produzirá menos açúcar do que o previsto na temporada 2018/19, após ter registrado uma queda na moagem no terceiro trimestre e direcionado mais cana para o etanol, informou nesta quarta-feira a Cosan (SA:CSAN3), uma das donas da empresa.
A companhia, joint venture da Cosan com a Shell, produzirá de 3,9 milhões a 4,1 milhões de toneladas de açúcar na safra 2018/19, ante previsão anterior de 4,2 milhões a 4,6 milhões de toneladas.
Na safra passada, a companhia produziu 4,3 milhões de toneladas de açúcar, segundo informação publicada anteriormente.
"Na Raízen Energia, as projeções iniciais de Ebitda foram mantidas, mas houve um ajuste de volume de produção de açúcar, em linha com a redução da moagem e maior mix de etanol", disse.
Segundo a Cosan, a moagem da Raízen totalizou 24,3 milhões de toneladas no terceiro trimestre, uma queda de 14 por cento, em função de mais dias com chuva no período.
"A produção de açúcar equivalente foi 12 por cento menor, alinhada à menor moagem no período, com destaque para o mix de 51 por cento para etanol (versus 43 por cento no 3T17), em função da maior rentabilidade do produto (etanol)."
Inicialmente, a Raízen Energia previa moer entre 62 milhões e 66 milhões de toneladas de cana na safra 2018/19, uma meta que já havia sido rebaixada no trimestre anterior, para entre 60 milhões e 63 milhões de toneladas.
A meta de moagem foi mantida no relatório do terceiro trimestre, assim como a expectativa de produção de etanol, estimada entre 2,3 bilhões e 2,6 bilhões de litros, versus 2,2 bilhões na temporada passada.
O lucro líquido da Cosan, conglomerado brasileiro de energia e logística, caiu 91,2 por cento no terceiro trimestre ante igual período do ano passado, com a empresa ainda sentindo reflexos dos protestos dos caminhoneiros e também impactada pela volatilidade cambial.
(Por Roberto Samora)