Por Marcy Nicholson
NOVA YORK (Reuters) - O mais forte rali de três semanas do café arábica em um ano está prestes a perder força, de acordo com uma pesquisa realizada com 11 comerciantes e exportadores, que veem pouco impacto imediato nos preços da seca no Brasil que ameaça a próxima safra.
Após ter subido quase 20 por cento nas últimas três semanas, para uma máxima de dois meses acima de 1,37 dólar por libra-peso nesta semana, os futuros do arábica na bolsa ICE deverão encerrar o ano em torno de 1,40 dólar e pairar perto desse nível no primeiro trimestre do próximo ano, segundo a mediana das estimativas de uma pesquisa da Reuters.[L1N12F1OC]
"Eu não acredito que estamos em um mercado altista. Este é apenas um platô que atrasa a tendência de queda para o arábica", disse um analista colombiano de café.
Mas a pesquisa também revelou uma ampla variedade de previsões, com estimativas para o fim de ano de 1,20 a 1,75 dólar, como alguns comerciantes se preparando para os efeitos de uma seca que poderia dificultar o desenvolvimento das culturas no Brasil.
"Sem chuva até o final de novembro, jogue 1,40 dólar pela janela e vá para 2 dólares", disse um trazer norte-americano de café verde.
As estimativas para o final de março de 2016 variaram de 1,15 a 1,90 dólar.
O café tem sido uma das commodities de pior desempenho no mercado no ano, segundo o índice de 19 commodities Thomson Reuters CoreCommodity.
"As chuvas têm que aparecer em algum momento. Nós só achamos que ainda há (tempo) para o florescimento (no Brasil) ficar bem", disse Jorge Cuevas, diretor de café da importadora Sustainable Harvest, com sede em Portland, Oregon.
Os entrevistados preveem um terceiro déficit anual seguido, em 2,5 milhões de sacas de 60 kg em 2015/16.
(Reportagem adicional de David Brough em Londres, Luc Cohen em Nova York e Reese Ewing em São Paulo)