Rio de Janeiro, 9 ago (EFE).- Os aumentos dos preços dos combustíveis concedidos nos últimos meses pelo governo e o crescimento da demanda interna permitiram que a Petrobras tivesse lucro líquido 77% maior este ano que no ano passado.
A companhia, uma das empresas que mais cresce no mundo no setor, informou nesta sexta-feira que seus lucros nos primeiros seis meses do ano foi de R$ 13,89 bilhões, frente os R$ 7,86 bilhões no mesmo período de 2012.
O lucro da empresa no segundo trimestre ficou em R$ 6,20 bilhões, o que reverteu com sobras as perdas R$ 1,34 bilhão sofrida no primeiro semestre do ano passado.
O lucro do segundo trimestre, no entanto, foi 19% inferior ao do primeiro trimestre, o que a empresa atribuiu à desvalorização do real frente ao dólar nos últimos três meses, fazendo a dívida da empresa encarecer.
O bom resultado semestral foi possível, entre outros motivos, "pelo efeito dos reajustes no diesel e na gasolina concedidos ao longo do primeiro trimestre, pela maior produção destes derivados em nosso parque de refino e pelos lucros com o desinvestimento no exterior", afirmou a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster na mensagem aos investidores.
Apesar das preocupações com a inflação, perante a queda do lucro da Petrobras, o governo concedeu este ano um reajuste de 6,6% no preço da gasolina e de 10,5% no do óleo diesel.
A companhia considera que os preços continuam defasados em relação ao mercado internacional, o que lhe provoca perdas causadas pelo custo da gasolina que precisa importar para satisfazer a demanda interna.
A companhia aumentou em 8% a produção de derivados, para 2,138 milhões de barris diários de petróleo, especialmente de gasolina (com mais 48 milhões de barris diários) e de diesel (16 milhões de barris diários).
O refino da empresa alcançou no dia 30 de junho um recorde de 2,2 milhões de barris diários.
O aumento da produção interna permitiu à empresa reduzir as importações de combustíveis de R$ 7,03 bilhões no segundo trimestre do ano passado até US$ 2,50 bilhões no mesmo período deste ano. Em volume, essa queda foi de 31%, até 261 mil barris diários no segundo trimestre deste ano.
A Petrobras, segundo o balanço, também se beneficiou do aumento de 6% no consumo brasileiro de combustíveis no trimestre.
Graça Foster considera que a companhia petrolífera conseguirá aumentar ainda mais o lucro no segundo semestre e alcançar as metas que se propôs graças ao aumento previsto da produção depois da queda registrada na extração por causa da paralisação de algumas plataformas marítimas para manutenção nos primeiros meses do ano.
A Petrobras produziu no segundo trimestre uma média de 2,555 milhões de barris de petróleo diários, acima dos 2,552 milhões de barris diários do primeiro trimestre, mas abaixo dos 2,579 milhões de barris diários do período entre abril e junho do ano passado.
A produção média no primeiro semestre ficou em 2,553 milhões de barris diários, frente aos 2,628 milhões de barris diários no mesmo período do ano passado.
"A produção está de acordo com nossa previsões e em um nível ligeiramente superior ao do primeiro trimestre pela entrada em operação de quatro novas plataformas, a conexão de 15 novos poços e a crescente produção do pré-sal, até o recorde de 326 milhões de barris diários o 22 de junho", enumerou a executiva.
Graça Foster acrescentou que "a entrada em operação de outras plataformas nos próximos meses garante o crescimento da produção no segundo semestre, com mais força no último trimestre. Temos certeza que alcançaremos as metas e objetivos previstos para o quinquênio 2013-2017".
O Plano de Investimentos da Petrobras para o quinquênio tem investimentos de US$ 236,70 bilhões em cinco anos e prevê que a produção chegará a 4,2 milhões de barris em 2020.
O lucro da empresa também foi favorecido pelo R$ 1,9 bilhão obtido com a venda no segundo trimestre de 50% dos ativos na África, admitiu a companhia em seu comunicado. EFE