SÃO PAULO (Reuters) - Após 12 anos, o reservatório da Usina Hidrelétrica Furnas alcançou nesta quinta-feira a marca de 100% do volume de armazenamento, beneficiado por boas chuvas nos últimos meses, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) citados pelo Ministério de Minas e Energia em nota.
A situação difere da vivenciada em 2021, quando o país passou por sua pior crise hídrica na região das hidrelétricas em cerca de 90 anos. Naquele ano, o nível de Furnas caiu abaixo de 20%.
A hidrelétrica possui importância estratégica no Sistema Elétrico Nacional. Com potência instalada de 1.216 MW, representa 17,12% da capacidade de armazenamento de energia no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste.
Além disso, seu reservatório permite a regularização do Rio Grande e contribui para a produção de energia em todas as usinas à jusante na bacia, até a Usina Hidrelétrica Itaipu, otimizando a operação em toda bacia do rio Paraná, explicou o ministério.
Além da geração de energia renovável, o lago de Furnas contribui com as atividades do ecoturismo.
"O Lago de Furnas é patrimônio do Brasil, mas, em especial, das mineiras e dos mineiros desta região. O lago cheio representa emprego e renda no ecoturismo, na piscicultura e em outras atividades fundamentais", disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em nota.
A barragem está localizada no curso médio do rio Grande, entre os municípios de São José da Barra e São João Batista do Glória, em Minas Gerais, e seu reservatório banha 34 cidades mineiras, com volume total de 22,95 bilhões m³.
Em janeiro deste ano o vertedouro da Usina de Furnas foi aberto pela primeira vez em 10 anos.
Apesar disso, segundo dados da ONS, o reservatório não alcançava sua capacidade máxima desde o dia 13 de março de 2011.
(Por Roberto Samora)