Por Gustavo Bonato
SÃO PAULO (Reuters) - Os embarques de soja em alguns terminais portuários de Santos deverão atrasar em função das restrições ao acesso de caminhões na área do porto em meio ao combate a incêndio em tanques de combustíveis, disseram à Reuters fontes de empresas que operam terminais na cidade.
O problema deve ocorrer com os armazéns portuários deixando de ser abastecidos em função dos bloqueios ao tráfego de caminhões com destino à margem direita do porto, previstos para durar até sexta-feira.
"Vai atrasar, é fato... Significa atrasar carregamento do navio que está atracado no porto", disse uma fonte da área comercial de uma empresa que tem operação portuária em Santos.
Um grupo de autoridades, que inclui governos, Corpo de Bombeiros, polícias e a autoridade portuária (Codesp) definiu na segunda-feira que o acesso de caminhões ficará proibido pela margem direita do porto (município de Santos) até sexta-feira, para colaborar com os esforços de combate a um incêndio em um terminal de combustíveis na entrada da cidade.
A decisão está sendo reavaliada a cada 12 horas. A Codesp informou nesta terça que a restrição está mantida pelo menos até quarta, a pedido dos bombeiros.
O fogo continua consumindo combustíveis em dois dos seis tanques atingidos.
O Brasil está no auge do escoamento de uma colheita recorde de soja da temporada 2014/15. O porto de Santos, o maior da América Latina, é o principal polo de embarques da oleaginosa no país.
"Não está entrando carga. Com certeza há um impacto", disse uma segunda fonte, de outra empresa com operação portuária na margem direita de Santos.
A maior parte dos terminais graneleiros que ficam no município de Santos depende de caminhões para recebimento de boa parte de suas cargas.
Já os terminais da margem esquerda, no município de Guarujá, recebem volumes maiores por meio da ferrovia, sem contar que naquela região não há restrição de acesso de caminhões.
A segunda fonte disse não ter ainda uma estimativa sobre os volumes impactados pela restrição aos caminhões.
Na segunda-feira, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa a indústria de soja chegou a afirmar que não tinha recebido nenhuma manifestação por parte das empresas associadas, "pois ainda há estoque no porto".