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Revenda e produtor do Centro-Oeste têm duras negociações antes do plantio da nova safra

Publicado 16.08.2016, 17:22
© Reuters.  Revenda e produtor do Centro-Oeste têm duras negociações antes do plantio da nova safra

Por Gustavo Bonato

SÃO PAULO (Reuters) - Revendas de insumos agrícolas do Centro-Oeste estão realizando difíceis renegociações com produtores rurais que sofreram com a quebra da "safrinha" de milho, buscando a melhor solução para um aperto financeiro antes do plantio da nova safra de soja, disseram executivos do setor.

"Estamos renegociando neste momento. O produtor assume um pouco das perdas, a revenda assume um pouco, todo mundo assume... É um cobertor curto", disse o proprietário da rede de revendas mato-grossense AgroLógica, Antonio Botelho Lima, em entrevista a Reuters durante um evento em São Paulo.

O clima seco foi inclemente para as principais regiões produtoras de grãos do Centro-Oeste, especialmente em partes de Mato Grosso e em Goiás. Muitos agricultores não colheram nem o suficiente para pagar todos os contratos dos insumos usados no plantio, como fertilizantes, sementes e defensivos.

"Tem revendas que têm valores significativos para renegociar", disse o secretário-executivo do Conselho Estadual das Associações de Revendas de Mato Grosso, Pedro Guesser.

Como intermediárias, as revendas vivem um momento de fortes renegociações com seus credores --tradings e indústrias de insumos que aguardam o recebimento dos pagamentos e dos grãos-- e com seus clientes, que em muitos casos colheram abaixo do previsto nos contratos firmados no início da temporada.

"O sistema de revenda está bastante apertado... Não será possível liquidar todos os contratos", disse o sócio-diretor do Grupo Tec Agro, Everaldo Pereira, que opera revendas e produz sementes em Goiás.

Segundo os executivos, dependendo das condições impostas pelas tradings e indústrias, produtores estão recebendo a opção de entregar na próxima safra os volumes de grãos que faltaram ou pagar algum tipo de multa pelo não cumprimento dos contratos.

BARTER

As soluções financeiras da quebra de safra ainda não foram totalmente equacionadas e o setor produtivo já precisa se preparar para o plantio da nova temporada.

Oficialmente, as primeiras lavouras de soja já podem ser semeadas na segunda quinzena de setembro.

Apesar de não terem impedido os negócios para aquisição dos insumos da nova safra, as renegociações em andamento e o aperto de caixa dos produtores deverão ter repercussão no modelo das compras realizadas.

Em Mato Grosso, a situação deverá reduzir o volume de compras pagas à vista e aumentar o uso do "barter", mecanismo em que o produtor paga os insumos com a entrega física de grãos ao final da safra, estimou Guesser.

Segundo ele, o barter representa historicamente 80 por cento dos negócios fechados pela revendas de Mato Grosso e esse índice deverá aumentar em 2016/17.

"A atual situação reforça o barter. Muitos não têm recursos", disse.

Em Goiás, as dificuldades de crédito estão sendo sentidas inclusive nos negócios com sementes.

Normalmente, 60 a 70 por cento das compras de sementes são pagas ainda no início da safra. Este ano, 70 por cento das quitações deverão ocorrer no momento da colheita, estimou Pereira, da Tec Agro.

Na visão de Botelho, da AgroLógica, a tendência é de uma leve redução do uso de tecnologias --fertilizantes, sementes avançadas, etc.-- para o plantio da safra 2016/17.

"O produtor vai diminuir a tecnologia para ter um compromisso menor", disse.

NEGÓCIOS ATRASADOS

Em nível nacional, os negócios para o plantio da nova temporada estão atrasados, segundo estimativas Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav). Faltando 30 dias para o início oficial do plantio, apenas 50 por cento dos insumos estão contratados, ante 80 por cento da média histórica para o período.

O índice é mais influenciado pela situação das regiões onde houve quebra na colheita de milho, como é o caso do Centro-Oeste.

"Temos estoques, mas pode haver gargalos de abastecimento. Não vai ter logística para atender em um prazo tão apertado. O agricultor precisa correr", disse o presidente-executivo da Andav, Henrique Mazotini.

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