MOSCOU (Reuters) - O vice-primeiro ministro da Rússia, Arkady Dvorkovich, reduziu expectativas de que o país possa cooperar com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para conter a queda nos preços do petróleo por meio de redução da produção, ao dizer que o Estado não deve intervir para equilibrar o mercado.
Os preços do petróleo subiram nas últimas 48 horas depois que autoridades do setor de energia da Rússia disseram que receberam propostas do principal membro da Opep, a Arábia Saudita, para administrar a oferta e que estavam prontos para conversar.
Mas Dvorkovich, cujas responsabilidades incluem a supervisão do setor de energia, pareceu medir mais o tom ao falar durante uma coletiva de imprensa em Moscou nesta sexta-feira.
"Temos um posicionamento de que nosso setor de petróleo é, em grande parte, privado, e orientado por questões comerciais, e não está sob controle direto do Estado. Nosso mercado é governado por decisões de empresas, e é assim que ele vai continuar", ele disse.
"Se os preços ficarem em um nível baixo por um longo período de tempo, uma correção nos investimentos vai tornar inevitável que haja certa redução na produção, mas isso não vai ser um ato deliberado do Estado".
O ministro de Energia, Alexander Novak, também adotou um tom cauteloso sobre o resultado de quaisquer negociações entre a Opep e exportadores de fora do grupo.
"Nós estamos prontos para discutir o assunto de cortes de produção, mas isso não é uma decisão", disse Novak em entrevista à Bloomberg.
"Estamos prontos a considerar essa possibilidade. Isso tem que ser um consenso. Se houver um consenso, faz sentido, se não houver, não faz", afirmou o ministro.
(Por Polina Devitt; reportagem adicional de Jack Stubbs, Alex Lawler e Rania El Gamal)