Por Katya Golubkova e Vladimir Soldatkin e Ahmad Ghaddar
MOSCOU (Reuters) - Arábia Saudita e Rússia estão perto de um acordo sobre cortes na produção de petróleo para reduzir o excesso de oferta global, disse um importante negociador russo nesta segunda-feira, mas detalhes sobre como dividir os freios à produção ainda não estão claros às vésperas das negociações planejadas para o final desta semana.
Um acordo entre Opep, Rússia e outros produtores, um grupo conhecido como Opep+, que sustentou os preços do petróleo por três anos, entrou em colapso em março, enquanto o coronavírus pressionava a demanda.
Sauditas e russos culparam um ao outro pelo fracasso e iniciaram uma batalha por participação no mercado, enviando os preços do petróleo para o menor nível em duas décadas, o que prejudicou os orçamentos das nações produtoras de petróleo e produtores de alto custo nos Estados Unidos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na semana passada que havia negociado um acordo com Moscou e Riad. Mas os planos iniciais para uma reunião da Opep+ nesta segunda-feira foram adiados, com duas fontes da Opep dizendo que uma videoconferência será realizada na quinta-feira.
"Acho que todo o mercado entende que esse acordo é importante e trará muita estabilidade ao mercado, uma estabilidade muito importante para o mercado. E estamos muito próximos", disse à CNBC um dos principais negociadores de Moscou nas conversas sobre petróleo, Kirill Dmitriev.
Dmitriev foi o primeiro a fazer uma declaração pública no mês passado sobre a necessidade de um pacto de oferta ampliado, potencialmente envolvendo produtores fora do grupo Opep+.
Trump disse que um acordo poderia levar a cortes de 10% a 15% da oferta global, embora analistas digam que mesmo uma redução tão grande ainda não resolveria o problema imediato de excesso de oferta.
(Reportagem adicional de Ahmad Ghaddar)