NOVA YORK (Reuters) - Os gênios da tecnologia que ajudaram Goldman Sachs a eliminar centenas de empregos na área de negociação nos últimos anos estão se aventurando no negócio do fusões e aquisições do banco, deixando alguns executivos juniores inquietos.
Uma equipe de 75 programadores, conhecida internamente como "strats", tem desenvolvido tecnologia para tornar os profissionais de elite da Goldman mais produtivos. Essa equipe de geeks no banco de investimento dobrou de tamanho desde 2014, quando o executivo de tecnologia George Lee foi nomeado diretor de informações da divisão de banco de investimentos.
Os programadores agora estão ajudando aqueles que tratam de subscrição de ações, aquisições alavancadas e negócios nos setores de serviços financeiros e imobiliários. Eles também estão analisando dados de clientes para oferecer melhores conselhos sobre alvos de negociação e tipos de atividades que podem agradar a base de investidores de uma determinada empresa.
A sabedoria convencional sustenta que o banca de investimentos não cede à automação da mesma forma que a área de trading, porque confia muito nas relações pessoais forjadas ao longo de anos de almoços de negócios, rodadas de golfe e apresentações em reuniões.
Os executivos do Goldman dizem que a tecnologia visa reduzir o trabalho duro que os executivos mais novos executam agora, então eles podem gastar mais tempo ajudando os principais executivos da área de fusões e aquisições a arrecadar mais recursos.
Mas alguns que se juntaram ao Goldman nos últimos anos, esperando passar de elenco de apoio para papéis relevantes em grandes negócios, estão se perguntando se a tecnologia será amiga ou inimiga.
Um funcionário que pediu para não ter o nomeado citado disse à Reuters que a equipe do banco de investimento está analisando como as negociações de mercado se automatizaram e se perguntando se o mesmo destino os espera.
Uma preocupação é que a tecnologia possa tornar alguns funcionários redundantes. Outro é que os próprios strats - mais propensos a ter doutorados de engenharia do Massachusetts Institute of Technology do que MBAs da Wharton - poderiam ficar à frente dos executivos.
(Por Olivia Oran em Nova York, com reportagem adicional de Anna Irrera)
((Tradução Redação São Paulo; + 55 11 56447764))
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