SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de café do Brasil em 2019 foi estimada nesta quarta-feira em 58,9 milhões de sacas de 60 kg, queda de 8,1 por cento ante a previsão revisada para cima de 64,1 milhões de sacas da temporada anterior, apontou a consultoria Safras & Mercado em relatório.
A produção de café arábica do Brasil foi projetada em 40,70 milhões de sacas em 2019, uma queda de 15 por cento neste ano que é de baixa no ciclo bianual da cultura, enquanto a colheita de grãos robusta do país deve crescer 12 por cento, para 18,20 milhões de sacas.
A Safras trabalhava preliminarmente com ideia de uma produção ainda menor em 2019, entre 55,90 milhões a 58,70 milhões de sacas.
Mas uma normalização de chuvas após uma seca em janeiro garantiu uma boa granação para a safra, cuja colheita está em "processo inicial", disse a consultoria.
"E, lógico, isso refletiu diretamente sobre a perspectiva produtiva", disse o consultor de Safras, Gil Barabach.
Ele lembrou que a temporada de 2019 é a de ciclo produtivo de carga mais baixa, ainda mais depois do recorde produtivo de 2018.
Mas destacou que o rejuvenescimento do parque cafeeiro e a alternância de ciclos produtivos entre talhões em algumas áreas ajudam a atenuar o efeito bienal.
A expectativa de uma volumosa safra no maior produtor global este ano, ainda que seja um ciclo de baixa, tem colaborado para pressionar os preços do café a mínimas em 13 anos, registradas nesta semana na bolsa ICE.
Segundo relatório, o número da safra 18/19 foi corrigido de 63,70 milhões para os atuais 64,10 milhões de sacas, por conta do resultado acima do esperado em algumas regiões produtivas.
"A excelente performance na exportação aliado aos armazéns ainda cheios para o período do ano reforçam esse sentimento de uma safra maior que a esperada no ano passado", disse.
(Por Roberto Samora)