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Santander amplia crédito para energia solar e vê desembolso de R$1,8 bi até 2021

Publicado 28.08.2018, 13:07
© Reuters.  Santander amplia crédito para energia solar e vê desembolso de R$1,8 bi até 2021
SANB11
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SÃO PAULO (Reuters) - O Santander Brasil (SA:SANB11) passará a oferecer a clientes em sua rede de agências uma linha de financiamento para sistemas de energia solar de pequeno e médio porte, voltados à instalação em residências, comércio, indústria ou agronegócio, o que o banco espera que impulsione um crescimento agressivo dos negócios no setor, disseram executivos nesta terça-feira.

Com o movimento, que envolve também uma redução dos juros nas operações, o Santander espera sair de uma carteira atual de 100 milhões de reais em financiamentos para essas instalações solares para alcançar desembolsos acumulados de 1,8 bilhão de reais em 2021.

O superintendente-executivo de Segmentos do Santander, Geraldo Rodrigues Neto, disse que o banco espera ampliar sua participação no mercado de financiamentos à geração solar distribuída para 16 por cento até 2021, contra 11 por cento atualmente.

"Hoje já somos o maior financiador e queremos nos tornar ainda mais relevantes com essa oferta. É um segmento que a gente acredita que vai crescer de forma exponencial, e considerando que o mercado cresce muito, a gente vai ter que crescer num ritmo mais acelerado que o mercado (para ampliar a participação)", disse ele a jornalistas durante o anúncio da nova linha.

Essas pequenas instalações de energia solar, geralmente em telhados, possibilitam que os clientes abatam da conta de energia o equivalente à sua produção própria, em um desconto que ao longo do tempo permite um retorno do investimento no sistema.

Esse investimento inicial fica entre 17 mil e 45 mil reais para pessoas físicas, a depender do sistema, enquanto empresas geralmente aplicam entre 50 mil e 200 mil reais, embora alguns projetos possam ser bem maiores.

Isso permite que o aporte no sistema seja recuperado em geral em prazos de cerca de quatro a sete anos, segundo o Santander.

Mas a redução nas taxas de juros, que chegam agora a 0,97 por cento ao mês, contra a partir de 1,69 por cento ao mês anteriormente, podem permitir que as parcelas do financiamento de um sistema em alguns casos se paguem com o desconto obtido na conta de luz pelo cliente.

"Depende muito da região em que você está, mas em alguns casos, com esse atrativo da taxa de juros, você equaliza ou praticamente equaliza a parcela com o desconto obtido", disse a superintendente-executiva de Sustentabilidade do Santander, Karine Bueno.

Segundo ela, a expectativa é de que apenas nos próximos 12 meses sejam fechados cerca de 200 milhões de reais em financiamentos, ante 55 milhões neste ano até julho.

"A gente tem apostado na geração solar distribuída desde 2013 e viemos acompanhando tanto a evolução e abertura desse mercado como o barateamento da tecnologia", adicionou Karine, destacando a importância do fomento a uma forma de energia limpa e renovável.

A ampliação da atuação do Santander Brasil no setor de geração solar distribuída ainda contará com recursos obtidos por meio de uma linha de crédito junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), em um total de 100 milhões de dólares que deverão ser prioritariamente alocados para esses financiamentos.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contabiliza atualmente 44,3 mil unidades consumidoras que recebem créditos por suas instalações de geração solar distribuída pelo país, em uma potência instalada de 350 megawatts. Minas Gerais e São Paulo são os principais mercados para a tecnologia.

Mas o regulador estima que o número de clientes beneficiados por sistemas solares pode saltar para 886,7 mil em 2024, sendo 808,3 mil no setor residencial e 78,4 mil no setor comercial, em uma capacidade total de 3,2 gigawatts.

Esse montante, a título de comparação, seria maior que a capacidade instalada atual do país em usinas de energia solar de grande porte, que hoje somam 1,3 gigawatt, de acordo com dados da agência.

(Por Luciano Costa)

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