SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil deverá exportar 20 milhões de toneladas de milho em 2016, estimou nesta terça-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), reduzindo em 3 milhões de toneladas a projeção ante um relatório do mês passado.
"Devido aos problemas climáticos, a safrinha de milho colheu 21 por cento a menos do que na safra anterior, o que diminui drasticamente os estoques do grão disponíveis no início do segundo semestre. Com as dificuldades de abastecimento, inclusive do mercado interno, nossa estimativa de exportação de milho para o ano de 2016 foi revisada", disse a entidade, em nota.
Segundo a associação, que reúne muitas das principais tradings de grãos operando no país, produtores severamente afetados pelo clima buscam segurar seu estoque para negociá-lo a preço mais vantajoso num segundo momento.
Relatório da Anec estimou as exportações de milho do Brasil em julho em 1,37 milhão de toneladas, cerca de 41 por cento menos que no mesmo mês de 2015.
A associação, diferente da metodologia oficial da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), faz suas estimativas com base nas escalas de navios atracados nos portos brasileiros.
Para a soja, a Anec estimou exportações de 4,79 milhões de toneladas em julho, ante 6,68 milhões no mesmo mês do ano passado.
"Esse declínio nas exportações de soja é normal para o segundo semestre do ano, onde os estoques de soja costumam estar mais baixos", disse a Anec.
No acumulado do ano até 31 de julho, as exportações de soja acumulam alta de 10 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 44,5 milhões de toneladas.
Neste cenário, a Anec manteve sua previsão de fechar 2016 com 57 milhões de toneladas de soja exportadas.
(Por Gustavo Bonato)