BUENOS AIRES (Reuters) - Produtores de grãos e pecuaristas argentinos se mobilizaram nesta sexta-feira, na cidade de San Nicolás, província de Buenos Aires, para expressar descontentamento com os impostos cobrados sobre exportações e os limites aplicados sobre os embarques de carne --que, segundo eles, desestimulam investimentos no setor.
A medida, realizada pela Confederação das Associações Rurais de Buenos Aires e La Pampa (Carbap, na sigla em espanhol) e outras entidades do setor, coincide com o feriado nacional pelo Dia da Independência do país.
"A mobilização faz parte da necessidade de se dar voz aos cidadãos, produtores... para exigir medidas que incentivem a produção e o trabalho; o respeito à propriedade privada" e "o fim do intervencionismo estatal que atenta coontra as economias regionais", entre outras coisas, afirmou a Carbap.
A Argentina é a maior exportadora de farelo de soja do mundo, além de terceira maior exportadora global de milho e uma das principais fornecedoras de carne bovina.
Os líderes agrícolas seguem preocupados com as políticas do presidente Alberto Fernández, um peronista de centro-esquerda, cujo governo impôs limites às exportações de carne bovina como forma de controlar a inflação doméstica dos alimentos.
"O fechamento das exportações é o problema mais grave. Embora seja verdade que elas foram parcialmente abertas, isso não é suficiente e causa um grande prejuízo para o produtor", disse Omar Barchetta, um produtor agrícola de 56 anos.
(Reportagem de Hugh Bronstein, com reportagem adicional de Miguel Lo Bianco)