Brasília, 23 abr (EFE).- O presidente mundial da petrolífera Shell, Ben van Beurden, reiterou nesta quinta-feira sua confiança no Brasil, mesmo no contexto de crise, e na Petrobras, com a qual tem vários negócios, apesar do gigantesco escândalo de corrupção em que a estatal está imersa.
A declaração de confiança foi manifestada em entrevista coletiva que Van Beurden concedeu após o encontro que teve hoje com a presidente Dilma Rousseff, a quem detalhou os planos da companhia após ter se transformado na maior produtora privada de petróleo no Brasil com a recente aquisição da British Gas (BG).
"Reafirmei nossos planos de investimento no Brasil no longo prazo", afirmou o presidente da multinacional ao referir-se a sua conversa com a chefe de Estado.
"Temos confiança no clima para os investimentos no Brasil", acrescentou o executivo, para quem o país passou a ser mais estratégico para a Shell desde que a multinacional assumiu os negócios da BG, que contava com várias concessões no mercado nacional.
Segundo o executivo, juntando os ativos de British Gas, a Shell pode quadruplicar suas operações no Brasil, onde a produção pode alcançar até 20% da extração mundial da multinacional no final desta década.
A aquisição de British Gas também transformou a Shell na maior sócia da Petrobras na exploração do pré-sal.
Van Beurden assegurou que Shell e Petrobras têm habilidades técnicas complementares, o que melhora as vantagens comparativas da associação, e acrescentou que a confiança na estatal brasileira permitiu à multinacional antecipar os investimentos que tinha previstas para o futuro no campo de Libra.
"Temos 100 % de confiança que Petrobras sairá do atual episódio (o escândalo de corrupção) e que sairá mais forte como empresa. Isso foi um elemento de consideração muito importante quando fechamos o negócio (de compra da BG) que nos posicionará como empresa sócia líder da Petrobras por muitas décadas", declarou.