CINGAPURA (Reuters) - Siderúrgicas chinesas afirmaram nesta quinta-feira que novas tarifas de importação impostas pelos EUA contra produtos do país asiático são protecionismo comercial e que precisam de tempo para lidarem com o problema de excesso de capacidade produtiva.
"Há muito atrito comercial e isso não é bom para o mercado", disse Liu Zhenjiang, secretário-geral da Associação de Ferro e Aço da China, quando questionado sobre se a China apelará à Organização Mundial do Comércio.
A China afirmou que vai continuar a promover restituições tributárias para exportadores de aço, para apoiar reestruturação do setor, após os EUA anunciarem na terça que imporão tarifas de mais de 500 por cento contra aço laminado a frio da China.
Responsável por metade da produção mundial de aço, a China tem sido criticada após suas exportações atingirem 112 milhões de toneladas em 2015, recorde. De janeiro a abril as exportações do país subiram 7,6 por cento, a 36,9 milhões de toneladas.
O Ministério do Comércio da China disse na quarta-feira que os EUA usaram "métodos injustos" durante a investigação antidumping sobre os produtos laminados a frio chineses.
Segundo Zhang, uma recuperação nos preços de aço na China ajudaram a retomada de produção parada de algumas usinas, o que pode retardar o plano de Pequim de reduzir excesso de capacidade produtiva no setor.
Já o presidente da Shandong Iron & Steel, Bi Zhichao, disse que as tarifas antidumping são uma "medida protecionista", acrescentando que o governo chinês não fornece incentivos para promover exportações.
(Por Manolo Serapio Jr. e Florence Tan)