BRASÍLIA E SÃO PAULO (Reuters) -O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou nesta sexta-feira que o ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Efrain da Cruz será nomeado para a secretaria-executiva da pasta.
Cruz foi recentemente indicado pelo governo ao conselho de administração da Petrobras (BVMF:PETR4).
"Eu sempre disse que nós teríamos alguns nomes sendo avaliados pelo Planalto. Houve uma grande especulação em torno dessa questão... Fato é que eu só tenho a agradecer ao presidente Lula, que em nenhum momento faltou a sua solidariedade e a sua compreensão", disse Silveira a jornalistas após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) sobre a nomeação.
O cargo, considerado o "número 2" do ministério, vinha sendo alvo de forte disputa nos bastidores, com alguns nomes tendo sido barrados por estarem associados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com a nomeação de Efrain, a expectativa é de que o governo possa avançar com temas importantes na agenda do setor de energia, como a abertura total do mercado livre e o futuro de concessões de distribuição e transmissão com contratos expirando nos próximos anos.
O CEO da CPFL Energia (BVMF:CPFE3), Gustavo Estrella, avaliou positivamente o anúncio do secretário-executivo do ministério, lembrando que Cruz é um nome técnico e com conhecimento do setor elétrico, tendo participado de processos na Aneel sobre temas críticos para as elétricas, como o tratamento dos prejuízos causados pela pandemia da Covid-19.
"Sempre que trouxermos gente que conhece do setor, sabe dos desafios e das complexidades... acho que ter técnicos que conheçam são sempre bem-vindos. A nossa expectativa é de muito diálogo", disse Estrella, em teleconferência de resultados na tarde desta sexta-feira.
O vice-presidente de Regulação e Relações Institucionais da Energisa (BVMF:ENGI4), Fernando Maia, disse que a companhia teve uma convivência "civilizada, pacífica e sem grandes problemas" com Cruz na época da Aneel.
"Ele conhece muito bem a nossa área... ele entende os problemas da distribuição porque viu de perto isso", afirmou Maia, durante teleconferência da Energisa.
"Não consigo entender esse pessimismo todo e achar que a distribuição é que a mais sofre, acho que não, pelo contrário", acrescentou o executivo, ao ser questionado por um analista sobre a reação negativa do mercado ao anúncio de Cruz no cargo.
(Por Lisandra Paraguassu; texto de Letícia Fucuchima; edição de Roberto Samora e Pedro Fonseca)