ABU DHABI/LONDRES (Reuters) - Semanas após a Síria dizer que não tinha necessidade de importação de trigo, o governo informou que planeja importar 150 mil toneladas e introduziu maneiras de conservar estoques de grãos, num sinal do impacto da crescente pressão dos conflitos sobre o abastecimento de alimentos no país.
Apesar dos milhões de sírios que fogem dos combates para países vizinhos, o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, tem dificuldade de assegurar a oferta de grãos para todos.
Fontes comerciais dizem que Damasco enfrenta desafios para importações, com os problemas de pagamento e os conflitos dissuadindo muitas empresas internacionais de fechar negócios com a Síria.
Antes da guerra, a Síria mantinha estoques estratégicos anuais de cerca de 3 milhões de toneladas de trigo. A estatal do setor recusou-se a dar uma estimativa de quanto sobrou.
A agência estatal Hoboob confirmou à Reuters que estava à procura de 150 mil toneladas de trigo em uma licitação de importação que vai se encerrar em 13 de abril.
O anúncio foi feito três semanas após o ministro do comércio Hassan Safiya dizer que a colheita de trigo em 2015 iria se traduzir em autossuficiência.
Em uma tentativa de economizar dinheiro em subsídios para o pão, o governo também alterou a quantidade de farinha que usa na fabricação do produto, o que alguns sírios afirmam que resultou em pães de menor qualidade.
Isto seguiu um movimento do Estado de aumentar o preço do pão em 40 por cento. Um pacote de pão com peso superior a 1 kg agora é vendido por 35 liras sírias (16 centavos de dólar).
(Por Maha El Dahan e Jonathan Saul)