Paris, 17 jun (EFE).- O estilista francês Pierre Cardin anunciou nesta sexta-feira sua decisão de pôr à venda o restaurante Maxim's, famoso da noite parisiense, por onde passaram celebridades como Audrey Hepburn e Marlène Dietrich.
Em entrevista exclusiva concedida ao jornal "Le Parisien", o patriarca fundador do grupo Cardin, que também está à venda, indicou que apesar da decisão de ceder essa sala e os 40 produtos associados a ela, não faltam projetos para o futuro.
"Sou professor, estilista, homem de teatro, da restauração... Passei minha vida trabalhando. E continuarei fazendo até a morte", indica a pouco menos de um mês de completar 89 anos, o mesmo dia em que completa 30 anos à frente desse restaurante parisiense.
Cardin assegura que Maxim's se transformou em uma "marca francesa", um negócio avaliado por ele em cerca de 1 bilhão de euros, o mesmo valor pelo qual está disposto a desfazer-se de sua marca na moda.
"Maxim's foi durante muito tempo o lugar de referência das grandes estrelas parisienses. É uma marca que vale muito dinheiro (...). Um lugar centenário que manteve a decoração única. Calculo que vale cerca de 1 bilhão de euros", assegura do seu escritório situado próximo ao Eliseu, sede da Presidência francesa.
Cardin deixa claro, no entanto, que quem tomar as rédeas do negócio deve manter a alma do lugar: "Em meu testamento precisei que Maxim's deve manter-se como tal. Maxim's ainda estará lá quando eu morrer".
O criador reconhece que decidiu fechar o estabelecimento há um ano pela dificuldade de gerenciar um restaurante de luxo com 35 horas de trabalho semanal e salários de empregados de 200 mil euros mensais, mas afirma que o negócio se mantém vivo.
À frente ainda de 800 produtos com seu nome e centenas de licenças, segundo o jornal, Cardin adianta seu último projeto: a construção de um palácio em Veneza, com uma torre de 240 metros de altura, cuja construção começará em outubro deste ano. EFE