SYDNEY/PARIS/SÃO PAULO (Reuters) - Os contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago (CBOT) recuaram nesta segunda-feira pela quinta sessão consecutiva, registrando uma mínima de 11 dias, com chuvas atingindo o principal Estado produtor da oleaginosa do Brasil, o Mato Grosso, segundo operadores.
As chuvas aliviaram preocupações em torno de perdas de produtividade no maior exportador global de soja.
A soja atingiu 8,71 dólares por bushel na mínima da sessão, o menor patamar desde 17 de dezembro.
"As fortes chuvas vistas na América do Sul são tidas como benéficas para o Brasil", afirmou a consultoria francesa Agritel em uma nota.
O Brasil é o segundo produtor mundial de soja, atrás dos Estados Unidos, mas lidera na exportação.
Segundo dados da Somar Meteorologia, choveu na sexta-feira e no domingo em várias regiões do Estado, que ainda enfrenta um déficit hídrico em relação à média histórica de cerca de 30 por cento em dezembro.
A Somar previu ainda nesta segunda-feira que fortes pancadas de chuva ocorrerão nesta semana no nordeste do Paraná, em boa parte do Estado de São Paulo, oeste e sul de Minas Gerais e Sudeste de Goiás. "Deverá chover mais de 100 milímetros, com alguns extremos na casa dos 200 milímetros até 1º de janeiro. No Rio Grande do Sul, por outro lado, a chuva não para, mas perde bastante força em relação à semana anterior."
Ainda de acordo com a Somar, "há uma expectativa de aumento da chuva sobre o centro e norte do Brasil entre 2 e 11 de janeiro, em função da Oscilação Madden Julian favorável", mas "trata-se de uma informação que exige cautela e monitoramento".
"Para que chova na intensidade sugerida, há necessidade do enfraquecimento do Vórtice Ciclônico do Nordeste, algo que ainda não foi confirmado."
O milho ficou praticamente estável e o trigo subiu 0,8 por cento, com o mercado abrindo pela primeira vez desde o feriado do Natal.
(Por Colin Packham e Sybille de La Hamaide; reportagem adicional de Roberto Samora em São Paulo)