Por Chris Michaud
NOVA YORK (Reuters) - Uma pintura de Modigliani foi vendida a um comprador chinês anônimo em leilão na Christie's por 170,4 milhões de dólares, o segundo preço mais alto para uma obra de arte em leilão, à medida que colecionadores ricos continuam a pagar mais e mais por obras raras à venda na temporada de leilões deste trimestre.
O preço final pago na segunda-feira para o retrato "Nu Reclinado", de 1917-1918 –leiloado pela primeira vez–, ficou abaixo apenas de "As Mulheres de Argel", de Picasso, vendido por 179 milhões de dólares na Christie's, em maio. Embora o comprador não tenha sido identificado, a Christie's disse que a pintura foi adquirida por um colecionador privado chinês. Colecionadores asiáticos têm sido especialmente ativos no mercado de arte nas temporadas recentes.
Cerca de seis participantes disputaram a tela, que permaneceu na mesma coleção privada por cerca de 60 anos e foi oferecida como o destaque de uma venda especial com a curadoria "Musa do Artista", compreendendo 34 obras no total.
Em uma sala lotada e caracterizada pela concorrência deliberada e determinada, o lance começou em 75 milhões de dólares – já um recorde para o maior valor conseguido por um Modigliani em leilão, que era de 70,7 milhões de dólares.
O preço final foi de 170.405.000, incluindo a comissão da Christie's de pouco mais de 12 por cento. A casa de leilões havia estimado que a tela obteria mais de 100 milhões de dólares.
Embora quase 30 por cento das ofertas de "Musa do Artista" tenham ficado encalhadas – "Retrato nu em um sofá vermelho", de Lucian Freud, tinha preço estimado em até 30 milhões de dólares, mas não conseguiu ser vendida – o leilão arrecadou 494, 4 milhões, A estimativa pré-venda era de um valor total entre 442 milhões e 540 milhões de dólares.
Quanto aos lotes não vendidos, o presidente mundial e leiloeiro da Chirstie's, Jussi Pylkkanen, disse que esse era o risco de "abrir o envelope" e observou que algumas obras não eram novas para o mercado ou tinham, talvez, preço muito elevado.
Mas os altos preços para os melhores trabalhos fundamentam o que Pylkkanen chamou de "um mercado da obra-prima" que está fomentando "concorrência extraordinária".