RIO DE JANEIRO (Reuters) - Integrante do governo de transição, Maurício Tolmasquim defendeu nesta quarta-feira que seja discutido entre agentes econômicos, Congresso e governo federal um pacto que trate de custos aos consumidores de energia decorrentes de subsídios que não se fazem mais necessários.
Segundo ele, a elevação das contas de luz devido a subsídios poderá levar a "inviabilidade da nossa competitividade industrial, está levando a um encarecimento ao setor de serviços, a uma perda de bem estar das famílias".
"A gente tem que discutir e conversar, não há uma medida ou uma caneta para baratear a energia. É impossível, tem que ser dialogado porque qualquer canetada cai no Congresso para ser derrubada. Tem que ser no diálogo", disse Tolmasquim, a jornalistas, após participar de evento na FGV Energia.
"Do ponto de vista pessoal, acho importante essa questão do preço da tarifa. É importante mencionar que não é tarefa fácil porque temos há anos esses subsídios todos e vêm crescendo. Estamos numa situação que daqui a pouco vai ser difícil pagar a conta."
Na véspera, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) lançou o "subsidiômetro" e apontou que consumidores brasileiros pagaram 25,8 bilhões de reais em subsídios embutidos na tarifa de energia entre janeiro e novembro deste ano.
Tolmasquim acredita ser necessário um pacto, uma vez que seria difícil que apenas o Congresso ou o governo enderece o tema sozinho.
FUTURO DA PETROBRAS
Durante o evento, Tolmasquim também comentou que o novo plano de negócios da Petrobras (BVMF:PETR4) para o horizonte 2023-2027, que será publicado nesta quarta-feira, poderá sofrer mudanças caso a nova gestão da petroleira, que assumir no próximo ano após a troca de governo, ache necessário.
"O novo presidente e conselho da Petrobras, quando assumirem, vão analisar e ver se estão em acordo com direcionamento que querem dar a empresa. Se não tiverem, vão propor outro plano. Não vejo nenhum problema", disse Tolmasquim.
A elaboração do plano de negócios pela Petrobras não é facultativa, uma vez que está prevista pela Lei das Estatais.
"Quem entrar vai avaliar e, se plano não estiver de acordo, tem que ser mexido", completou.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)