Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - O setor de transmissão de energia elétrica do Brasil poderá movimentar cerca de 3 bilhões de reais em operações de fusões e aquisições nos próximos cinco anos, disse nesta quinta-feira o consultor Andre Pinto, sócio especialista em energia do Boston Consulting Group (BCG).
A projeção dá uma mostra do aquecimento visto no segmento de transmissão brasileiro, que tem registrado intensa competição entre investidores nos últimos leilões de concessões para novos projetos do governo federal.
Os números foram apresentados em evento da transmissora de energia Cteep, no qual o consultor afirmou que as perspectivas de movimentação devem-se à entrada de grandes companhias internacionais no setor no país a partir de 2016, após o governo elevar os retornos oferecidos aos empreendedores na construção de novas linhas de eletricidade.
"Os 'players' que estão trazendo essa competitividade estão apostando no Brasil não esporadicamente, mas no longo prazo. Não há razão para acreditar que eles entraram nos leilões, com alta competitividade, e agora sairão e ficarão com apenas um ativo", explicou Pinto.
Ele citou como exemplos a francesa Engie, a portuguesa EDP (SA:ENBR3) Energias do Brasil, a chinesa State Grid e a indiana Sterlite.
"Todos eles devem continuar a ganhar espaço nesse setor, então, se isso acontece, o nível de competitividade vai continuar alto", apontou.
Por outro lado, segundo o consultor do BCG, empresas menores que arremataram concessões nos últimos leilões, como construtoras e grupos de engenharia, possivelmente aparecerão no polo vendedor nas negociações de ativos previstas para os próximos anos.
"Há muita gente que entra (no setor) com expectativa de venda posterior (do ativo)... acho que esses 'players' mais fortes, robustos, vão ter um peso mais importante no futuro... empresas grandes que não estavam olhando agora olham, e elas vão ocupar um pouco o espaço desses menores", acrescentou.
Além da movimentação em fusões e aquisições, o setor de transmissão deverá demandar 38 bilhões de reais até 2027 em investimentos em novos ativos ainda a serem licitados, segundo projeções do governo federal no Plano Decenal de Energia (PDE).
(Por Luciano Costa)