(Reuters) - A falta de mísseis de defesa aérea impediu a Ucrânia de barrar um ataque de mísseis russos na semana passada que destruiu a maior usina de energia da região em torno da capital Kiev, disse o presidente Volodymyr Zelenskiy.
Os comentários de Zelenskiy, que se seguem a repetidos avisos de seu governo aos aliados sobre a escassez de defesas aéreas, refletem a terrível situação em que a Ucrânia se encontra, à medida que a Rússia intensifica os ataques ao seu sistema de energia.
"Havia 11 mísseis voando. Nós destruímos os primeiros sete e quatro (restantes) destruíram Trypillia. Por quê? Porque não havia nenhum míssil. Ficamos sem mísseis para defender Trypillia", disse ele na entrevista à PBS.
A Reuters não conseguiu verificar o relato de forma independente. Zelenskiy advertiu anteriormente que a Ucrânia já teve que fazer escolhas difíceis sobre o que proteger e disse que seu país poderia ficar totalmente sem mísseis defensivos se os ataques russos continuassem em ritmo acelerado.
Destruída, a usina de energia térmica Trypilska era a maior instalação de energia perto de Kiev e foi construída para ter uma capacidade de 1.800 megawatts, mais do que as necessidades da maior cidade da Ucrânia antes da guerra. Outras estações e importações preencheram a lacuna por enquanto, mas os moradores foram orientados a economizar energia.
A Rússia intensificou os ataques combinados de mísseis e drones contra o sistema de energia da Ucrânia desde meados de março. É a segunda série de ataque russo ao sistema de energia desde que as forças russas invadiram a Ucrânia, há mais de dois anos, e tem se mostrado muito mais devastador do que a primeira.
Nos ataques recentes, a Ucrânia perdeu cerca de 7 gigawatts de capacidade de geração de energia, com grandes usinas térmicas e recursos de transmissão significativamente danificados.
Moscou afirma que os ataques têm como objetivo degradar a capacidade de combate da Ucrânia e são uma retaliação aos recentes ataques dentro da Rússia.
Os aliados ocidentais têm relutado em enviar defesas aéreas adicionais para a Ucrânia, que diz precisar de 25 sistemas Patriot para cobrir seu território adequadamente. A Alemanha se comprometeu a entregar outro sistema após pedidos urgentes de Kiev.
(Reportagem de Yuliia Dysa, Pavel Politiuk)