Por Pavel Polityuk e Susanna Twidale
KIEV/LONDRES (Reuters) - A Ucrânia disse nesta terça-feira que suspenderá o fluxo de gás através de um ponto de passagem que, segundo o país, fornece quase um terço do combustível transportado da Rússia para a Europa por meio da Ucrânia, culpando Moscou pela medida e dizendo que deslocaria os fluxos a outro local.
A Ucrânia continua sendo uma importante rota de trânsito do gás russo para a Europa, mesmo após a invasão de Moscou.
A GTSOU, que opera o sistema de gás da Ucrânia, disse que interromperá os embarques pela rota Sokhranivka a partir de quarta-feira, declarando "força maior", uma cláusula invocada quando uma empresa é atingida por algo fora de seu controle.
Mas a Gazprom, que detém monopólio das exportações russas de gás por gasoduto, disse que era "tecnologicamente impossível" transferir todos os volumes para o ponto de interconexão de Sudzha, mais a oeste, como proposto pela GTSOU.
O CEO da GTSOU, Sergiy Makogon, afirmou à Reuters que as forças de ocupação russas começaram a levar o gás que transita pela Ucrânia e enviá-lo para duas regiões separatistas apoiadas pela Rússia no leste do país. Ele não apresentou provas.
A empresa disse que não poderia operar na estação de compressores de gás Novopskov devido à "interferência das forças de ocupação nos processos técnicos", acrescentando que poderia deslocar temporariamente o fluxo afetado para o ponto de interconexão física de Sudzha, localizado em território controlado pela Ucrânia.
A suspensão da Ucrânia dos fluxos de gás natural russo pela rota Sokhranivka não deve ter impacto no mercado doméstico ucraniano, disse à Reuters o chefe da empresa estatal de energia Naftogaz, Yuriy Vitrenko.