KIEV (Reuters) - A Ucrânia pediu à Polônia que puna os responsáveis pelo derramamento de uma carga de grãos ucranianos na fronteira durante o fim de semana, disse o vice-premiê ucraniano, Oleksandr Kubrakov, nesta segunda-feira.
Cerca de 160 toneladas de grãos ucranianos foram destruídas em uma estação ferroviária polonesa em meio a protestos, no que uma autoridade ucraniana disse no domingo ser um ato de "impunidade e irresponsabilidade".
"Aqueles que danificaram os grãos ucranianos devem ser encontrados, neutralizados e punidos. Dois Estados europeus civilizados e amigáveis estão interessados nisso", disse Kubrakov na rede social X.
Os agricultores poloneses, que protestam contra o que descrevem como concorrência desleal da Ucrânia e as regulamentações ambientais da União Europeia, têm bloqueado as passagens de fronteira com a Ucrânia, bem como as rodovias, e derrubado deliberadamente produtos ucranianos de vagões de trem.
Incidentes anteriores de grãos derrubados ocorreram na fronteira com a Ucrânia na semana passada.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse no domingo que é importante para a Ucrânia manter relações estreitas com a Polônia, mas que Kiev também estava pronta para defender as empresas que foram prejudicadas pelos bloqueios de fronteira por manifestantes poloneses.
"Infelizmente, o bloqueio continua", disse o porta-voz do serviço de fronteira ucraniano, Andriy Demchenko, na televisão.
"No total, 2.200 caminhões estão na fila em território polonês e os agricultores (poloneses) estão deixando passar vários veículos por hora em ambas as direções. Mais bloqueados estão os caminhões vindos da Ucrânia", disse ele.
A Ucrânia tem dito que o bloqueio causou sérias perdas econômicas e prejudicou seu esforço de guerra.
De acordo com Kiev, o transporte transfronteiriço tem aumentado devido à guerra com a Rússia e ao fato de que suas principais rotas de exportação e importação através do Mar Negro foram bloqueadas.
Agricultores de toda a Europa têm se manifestado sobre uma série de queixas, incluindo o que eles dizem ser uma concorrência desleal do exterior, particularmente da Ucrânia, após uma decisão da UE em 2022 de suspender os impostos sobre as importações de alimentos ucranianos em face da guerra com a Rússia.
(Por Pavel Polityuk)