BRUXELAS/PARIS (Reuters) - A União Europeia deve considerar a permissão para que agricultores usem terras ociosas, principalmente para cultivar proteínas para alimentação de gado, para combater a interrupção no fornecimento de grãos e cereais da Ucrânia após a invasão da Rússia, disseram autoridades nesta quarta-feira.
A invasão russa da Ucrânia, há uma semana, elevou os preços do trigo na Europa a recordes. A Ucrânia e a Rússia são dois dos maiores exportadores de grãos do mundo.
As empresas de comércio têm procurado grãos, trigo e milho da UE para substituir os suprimentos ucranianos para exportação, mas a UE também depende das importações de milho e sementes de girassol para ração animal.
"Vários estados membros sugeriram que talvez pudéssemos usar terras reservadas para o cultivo de proteínas", disse o ministro da Agricultura francês, Julien Denormandie, após uma reunião com colegas da UE para discutir o impacto da guerra na Ucrânia.
A Comissão Europeia deve estudar como aplicar tal medida, que modificaria as regras da política agrícola da UE sobre preservação de solos e biodiversidade, e fará propostas em uma próxima reunião de ministros em 21 de março, disse ele a repórteres.
O grupo francês InVivo, uma das maiores empresas agrícolas da Europa, disse mais cedo nesta quarta-feira que a renúncia às regras de retirada de terras sob a Política Agrícola Comum da UE poderia aumentar a área cultivada em 10-15% e aumentar a produção de trigo da UE.
A InVivo, cujas atividades incluem distribuição de suprimentos agrícolas e produção de fertilizantes, também queria que a UE desse auxílio aos agricultores para ajudar com o aumento dos custos de fertilizantes, disse o presidente-executivo Thierry Blandinieres a repórteres.
(Reportagem de Kate Abnett em Bruxelas e Gus Trompiz em Paris)