LONDRES (Reuters) - A recusa em pagar a conta do alfaiate era uma questão de honra entre os cavalheiros britânicos em século passados, e o primeiro-ministro Winston Churchill não foi exceção, como mostram arquivos recém-disponibilizados ao público.
O líder britânico durante a Segunda Guerra Mundial acumulou uma dívida de 197 libras esterlinas até 1937 –cerca de 12 mil libras esterlinas em valores atuais– com a Henry Poole and Co's, alfaiataria da famosa rua Savile Row, em Londres, até finalmente ser cobrado.
Ele se ofendeu, se recusou a acertar a dívida e jamais pisou novamente no estabelecimento.
Apesar da conta atrasada, o alfaiate continuou a fazer roupas para Churchill, contou James Sherwood, historiador que examinou os arquivos da Poole and Co's.
"Churchill disse que era para o moral, que era bom para nós (da Henry Poole) vesti-lo, e não estava ciente de que estávamos com pouco dinheiro. Ele de fato nunca pagou, e nunca voltou – jamais nos perdoou", acrescentou Sherwood no site da P Poole and Co's.
Churchill, que continuou à frente do governo do país nos anos 1950, estava bem acompanhado no tocante a dar calote em seu alfaiate.
O filho do escritor britânico Charles Dickens, por exemplo, fez uma dívida com a mesma loja que por fim teve que ser paga por seu pai famoso.
Quando era príncipe de Gales nos idos de 1870, o rei Eduardo 7o fez "pagamentos ocasionais que se acumularam ao longo dos anos".
Outros clientes famosos – e mais bem comportados – da alfaiataria foram o escritor Bram Stoker, o primeiro-ministro e príncipe prussiano Otto von Bismarck, o banqueiro norte-americano J.P. Morgan e o imperador etíope Haile Selassie 1o, que foi atendido pessoalmente pelos alfaiates na capital de seu país, Addis Ababa.
(Por Lisa Barrington)