BUENOS AIRES (Reuters) - A produção 2014/15 de milho da Argentina deverá ser de 23 milhões de toneladas, bem abaixo da estimativa de 26 milhões feita em agosto, reduzindo as exportações do cereal em 2 milhões de toneladas, disse nesta quinta-feira o governo dos Estados Unidos.
Em seu relatório mensal de setembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou que o quarto principal país exportador de milho vai embarcar 14 milhões de toneladas do grão nesta temporada, em comparação com 16 milhões do relatório anterior.
O declínio na lucratividade do milho na Argentina, uma cultura relativamente cara e com baixos preços internacionais, levou muitos agricultores a reduzir a área do cereal e mudar para a soja, a principal cultura do país.
O plantio de milho começou apenas em algumas áreas da Argentina.
Enquanto isso, o USDA elevou sua previsão para a safra 14/15 de soja da Argentina, que deverá chegar a 55 milhões de toneladas, ante 54 milhões estimados anteriormente, mas deixou inalterada a estimativa das exportações do grão em 8,5 milhões de toneladas.
O país sul-americano é o maior fornecedor mundial de farelo e óleo de soja e o terceiro de soja em grãos.
Na temporada passada, a produção argentina de soja foi de 53 milhões de toneladas, segundo dados oficiais.
Quanto ao trigo argentino, cujo plantio está quase completo, o USDA reduziu sua previsão de produção em 14/15 para 12,3 milhões de toneladas, ante 12,5 milhões previstos no mês passado.
A safra de trigo argentino enfrenta um alto risco de perda na principal zona agrícola do país, onde entre 1 milhão e 1,5 milhão de hectares de lavouras ficaram debaixo d'água depois de um inverno em que choveu o dobro do normal.
O governo americano disse que a Argentina, principal fornecedor de trigo para o Brasil, deverá enviar ao exterior 6,3 milhões de toneladas na temporada 2014/15, em comparação com 6,5 milhões estimados em agosto.
(Reportagem de Maximiliano Rizzi)