SÃO PAULO (Reuters) - As usinas do centro-sul do Brasil tinham fixado até segunda-feira os preços futuros de 22 por cento da exportação de açúcar da safra 2019/20, que se inicia em abril do próximo ano, informou nesta quarta-feira a consultora Ligia Heise, da INTL FCStone.
O percentual supera o observado em igual período do ano passado, de 18 por cento, referente ao ciclo 2018/19, diante da trajetória recente de alta para as cotações da commodity na Bolsa de Nova York, que tocaram em setembro mínimas em uma década, abaixo de 10 centavos de dólar por libra-peso.
O primeiro contrato da ICE era negociado nesta quarta-feira em torno de 13 centavos de dólar por libra-peso.
"O mercado tem precificado a redução das safras da Índia, da Tailândia, da Europa... Isso está trazendo uma sustentação. E a valorização do real (ante o dólar) a gente também coloca como um potencial ponto de suporte", destacou Ligia em evento da consultoria em São Paulo.
Ela lembrou que o balanço de oferta global também tende a ficar menos superavitário.
Conforme os dados da INTL FCStone, o preço médio de fixação até 5 de novembro foi de 13,23 centavos de dólar por libra-peso. Há um ano, o valor era de 15,49 centavos de dólar.
Em igual momento de 2016, quando as referências internacionais da commodity estavam bem mais altas, a fixação para 2017/18 atingia 28 por cento, com preço médio de 19,35 centavos de dólar por libra-peso.
A INTL FCStone prevê que o centro-sul do Brasil produzirá 11,2 por cento mais açúcar na safra 2019/20, com 29,3 milhões de toneladas.
(Por José Roberto Gomes)