Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A produção de minério da Vale (SA:VALE5) caiu 2,8 por cento no segundo trimestre ante um ano antes, enquanto a mineradora se adapta aos baixos preços de sua principal commodity, reduzindo operações com menor margem e apontando para uma queda da produção em 2016 e para a revisão para baixo da meta para 2017.
A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, informou produção de 86,823 milhões de toneladas de minério de ferro entre abril e junho deste ano, em seu relatório de produção trimestral publicado nesta quinta-feira.
A paralisação de fornecimento de minério à Samarco, sua joint venture com a anglo-australiana BHP Billiton , também influenciou na queda de produção. A Samarco interrompeu suas atividades desde o rompimento de uma de suas barragens, em novembro do ano passado, em Minas Gerais.
A Vale reafirmou, no documento, que a produção da empresa em 2016 deverá ficar no limite inferior da faixa prevista para o ano, de 340 milhões a 350 milhões de toneladas, apontando uma possível queda ante o ano anterior, quando a empresa produziu 345,9 milhões de toneladas.
Além disso, a empresa informou que sua produção de minério em 2017 deverá ser inferior ao intervalo previsto no evento com investidores Vale Day, em dezembro, entre 380 milhões e 400 milhões de toneladas.
"Esforços de otimização da cadeia de fornecimento continuarão em 2017, com importantes reduções dos estoques no Sistema Sul, resultando em menores volumes de produção para a Vale que o intervalo de 380-400 milhões de toneladas anunciado no Vale Day de 2015", afirmou a empresa no relatório.
Já em relação ao primeiro trimestre do ano, a produção do último período foi 12 por cento maior, devido à sazonalidade e à melhor produtividade no Sistema Norte, disse a Vale.
Enquanto a empresa reduziu a produção em minas de menor retorno, a extração em Carajás atingiu novo recorde para um segundo trimestre de 36,5 milhões de toneladas no segundo trimestre, alta de 15,5 por cento ante o mesmo período de 2015.
A produção de pelotas somou 10 milhões de toneladas no segundo trimestre, queda 17,9 por cento ante um ano antes devido principalmente à parada na planta de pelotização de Fábrica, por atrasos na obtenção de licenças para projetos de expansão, e a paradas programadas para manutenção nas plantas de Tubarão.
A empresa revelou que estuda retomar operações nas plantas de pelotização 1 e 2 de Tubarão, em resposta à redução de oferta à Samarco.
Já a produção de níquel atingiu recorde para um segundo trimestre, de 78,5 mil toneladas, alta de 17 por cento ante o mesmo período de 2015, devido principalmente ao forte desempenho operacional em Thompson (Canadá), na Indonésia e aos ramp-ups em andamento em Long Harbour e Vale Nova Caledônia (VNC).
A produção de carvão somou 1,5 milhão de toneladas entre abril e junho, queda de 25,2 por cento ante um ano antes, devido principalmente à menor produção em Carborough Downs (Austrália), que sofreu com "eventos de queda do teto".