SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização da safra de café do Brasil do ciclo atual (2019/20) chegou a 43% do total colhido até o dia 20 de agosto, avanço de nove pontos percentuais em comparação ao mês passado, apesar dos preços mais baixos no mercado interno, apontou nesta quinta-feira a consultoria Safras & Mercado.
As vendas estão adiantadas em relação ao ano passado, quando 38% da safra 2018/19 estava comercializada até esta época, e também frente à média dos últimos cinco anos, que é de 37% para o período.
As vendas de café da safra 2019/20 ganharam ritmo com a maior disponibilidade no mercado, após a colheita e secagem aceleradas, e pela necessidade de caixa por parte do produtor pelos custos de colheita, notou o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, em nota.
"Já os baixos preços serviram como contrapeso, limitando uma melhor performance comercial", acrescentou.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço do café arábica foi cerca de 406 reais a saca na quarta-feira, cerca de 10 reais/saca abaixo do visto há um mês (valor do produto posto na cidade de São Paulo).
As vendas de arábica chegam a 42% da safra, ficando acima de igual época do ano passado (35%) e da média para o período (35%).
Já as vendas de conilon (robusta) alcançam 43% da safra, ligeiramente abaixo do ano passado (44%), mas acima da média para período (42%), segundo a Safras.
Com base nos números da consultoria, os produtores brasileiros já venderam mais de 25 milhões de sacas de 60 quilos, de uma colheita total de 58,9 milhões de sacas.
(Por Roberto Samora)