Por Deisy Buitrago e Marianna Parraga
CARACAS (Reuters) - Uma operação anti-corrupção na Venezuela levou à detenção de 10 autoridades e 11 empresários, afirmou o procurador-geral do país neste sábado, acrescentando que mandados de prisão foram emitidos para mais 11 pessoas.
A investigação, que começou em outubro, está focada na empresa estatal de petróleo, PDVSA, em uma entidade do governo que supervisiona operações com criptomoedas e no Judiciário, e levou nesta semana à renúncia do poderoso ministro do petróleo do país, Tareck El Aissami, que serviu o governo durante duas décadas.
"Estamos falando de uma das conspirações mais sinistras dos últimos anos, envolvendo autoridades, empresários que se beneficiaram da corrupção e jovens -- incluindo a chamada máfia feminina -- que participaram da corrupção e lavagem de dinheiro", disse o procurador-geral Tarek Saab a jornalistas.
Uma entidade venezuelana que supervisiona o uso de criptomoeda para transações oficiais recebeu a atribuição de vender cargas de petróleo sem controle administrativo, disse Saab. Muitos dos compradores não pagaram apropriadamente pelo petróleo, acrescentou.
A PDVSA acumulou 21,2 bilhões de dólares em contas comerciais a receber desde 2020, incluindo 3,6 bilhões potencialmente irrecuperáveis, segundo documentos vistos pela Reuters nesta semana, após recorrer a dúzias de intermediários pouco conhecidos para exportar seu óleo sob sanções dos Estados Unidos.
As 21 pessoas presas são acusadas de apropriação indébita de recursos públicos, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e associação criminosa. As autoridades envolvidas podem ser acusadas de traição, disse o procurador-geral.
(Reportagem de Deisy Buitrago e Marianna Parraga)