DUBAI/LONDRES (Reuters) - A meta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de tentar impulsionar os preços do petróleo acaba de tornar-se mais difícil.
Com a vitória de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, o cartel de produtores de petróleo pode ter que enfrentar uma perspectiva mais difícil para a economia global e uma demanda mais fraca por combustíveis.
A Opep também enfrenta a perspectiva de uma crescente produção de petróleo dos EUA, que já tem ajudado a promover um excesso de oferta global, uma vez que Trump prometeu abrir todas as terras e águas federais para exploração de combustíveis fósseis.
Mesmo a dinâmica interna da Opep poderá mudar, com a promessa de Trump de apertar as políticas sobre o Irã, em um momento em que petroleiras estrangeiras começam lentamente a voltar à República Islâmica.
"Apertem os cintos de segurança para mais turbulência e incerteza na economia global à frente", disse o historiador especializado em petróleo Daniel Yergin, vice-presidente da consultoria IHS Markit.
"O resultado da eleição dos Estados Unidos aumenta os desafios para os exportadores de petróleo porque deverá levar a um crescimento econômico mais lento em uma economia global que já é frágil. E isso significa mais pressão sobre a demanda por petróleo", acrescentou o analista.
Os preços do petróleo Brent chegaram a cair quase 4 por cento nesta quarta-feira, após a notícia da vitória de Trump, mas devolveram quase todas as perdas ao longo da manhã.
A Opep irá reunir-se oficialmente em 30 de novembro em um esforço para reduzir a produção do grupo e o excedente global de petróleo, que derrubou os preços da commodity pela metade ante níveis de 2014.
(Por Maha El Dahan , Rania El Gamal e Dmitry Zhdannikov)