Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A companhia de logística VLI registrou aumento de 10% no transporte de cargas pelo tramo norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS) em 2021, ano em que o Brasil registrou uma safra recorde de soja, mas uma queda expressiva na colheita de milho pela seca, segundo relatório antecipado à Reuters.
A companhia, que opera ferrovias, portos e terminais, disse que o tramo norte da FNS movimentou 11,1 milhões de toneladas no ano passado.
Os principais produtos transportados pela companhia foram soja, milho e celulose, disse a empresa, ressaltando que a movimentação dessas três cargas cresceu 10%, em linha com o resultado geral no tramo norte da FNS.
"Mesmo em um cenário altamente desafiador, a operação da VLI na FNS alcançou um crescimento expressivo, de dois dígitos, no volume de cargas e em receita", disse o CEO Ernesto Pousada, em nota.
Ele ressaltou que a companhia tem colaborado para agregar mais competitividade para o negócio de seus clientes, "com consequente ganho de eficiência nas exportações do país".
A operação do tramo norte registrou crescimento acima do total geral da empresa, que transportou 59 milhões de toneladas em malha ferroviária no ano passado, alta de 3,7%.
Produtos como combustíveis, farelo de soja, biodiesel e álcool também compõem o mix de fluxos no importante corredor de escoamento do agronegócio brasileiro em direção aos portos do sistema norte, disse a empresa, sem detalhar volumes.
A receita líquida da operação da VLI no tramo norte teve crescimento acima da movimentação, de 19,6% em relação a 2020, alcançando 1,097 bilhão de reais.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu 563,7 milhões de reais, alta de cerca de 9% na comparação anual.
A VLI, que tem a mineradora Vale (SA:VALE3) como principal acionista, investiu o valor total de 917,5 milhões de reais na FNS em 2021, aplicados na manutenção e modernização dos ativos operacionais e em aumento de capacidade, além de projetos de meio ambiente e segurança.
No ano passado, a companhia anunciou seus compromissos ESG, elaborados com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Entre as metas estabelecidas estão a redução de 15% de emissão de gases do efeito estufa por tonelada transportada, a diminuição de 20% de consumo de água nova nas operações e o alcance de 30% de mulheres em cargos de liderança.
As metas que envolvem as questões sociais serão cumpridas até 2025, enquanto as relacionadas ao meio ambiente serão conquistadas até 2030, disse a empresa.
(Por Roberto Samora)