São Paulo, 14 - O Brasil exportou 3,961 milhões de sacas de 60 kg de café em janeiro, volume recorde para o mês e 39% maior que o de janeiro de 2023. A receita com as vendas foi 30,4% maior, de US$ 802,5 milhões, ante US$ 615,5 milhões, informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Os embarques de canéfora (variedades conilon e robusta) cresceram 503,5%, atingindo 457.787 sacas, ou 11,56% do total. "O robusta e o conilon brasileiros seguem muito competitivos no mercado mundial e vêm suprindo o déficit ocasionado por quebras de safras em importantes produtores, como Vietnã e Indonésia, primeiro e terceiro maiores produtores mundiais da variedade, respectivamente. Não à toa, os vietnamitas aumentaram em 700% e os indonésios em 19.130% suas importações de café brasileiro", disse em nota o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
De café arábica, os embarques em janeiro foram de 3,208 milhões de sacas, ou 80,98%. Completam a lista os produtos do segmento solúvel, com 293.467 sacas (7,41%), e do setor de torrado e torrado e moído, com 1.898 sacas (0,05%).
O presidente do Cecafé considerou o desempenho bom, diante dos conflitos geopolíticos, que afetam tráfego de navios no Mar Vermelho; da forte seca na região do Canal do Panamá, diminuindo o fluxo de embarcações; e da continuidade dos gargalos logísticos no Brasil. "Até o momento, não tivemos impacto concreto nos embarques de café do Brasil, mas temos ciência que, se permanecerem os ataques na ligação entre o norte da África e o Oriente Médio, assim como a falta de chuvas na América Central, certamente a elevação nos custos dos fretes ou a escassez de embarcações poderá complicar ainda mais o cenário no Brasil, onde os exportadores já têm se deparado com alta nos custos devido a constantes atrasos e alterações nas escalas dos navios e curtos períodos de aberturas de gates", afirmou na nota.