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Por Hari Kishan
BENGALURU (Reuters) - Sob pressão desde o início do ano, o dólar pode ter dificuldades para se firmar em relação à maioria das principais moedas nos próximos 12 meses, de acordo com uma pesquisa da Reuters com estrategistas de câmbio, que disseram que o já concorrido mercado de venda a descoberto da moeda norte-americana seguirá aquecido.
Em meio ao crescente déficit fiscal dos EUA e às preocupações de que a independência do Federal Reserve esteja sendo corroída, os investidores globais abandonaram o dólar e buscaram outras moedas e ativos, como o ouro, que subiu mais de 47% este ano.
"A situação fiscal dos EUA é um gorila de 800 libras dos mercados. Essa posição única (do dólar) significa que você não pode simplesmente entrar em outras moedas -- você entra no ouro", disse John Hardy, chefe de estratégia de câmbio do Saxo Bank.
"O ouro está dizendo o que as pessoas pensam sobre a pressão fiscal."
Este cenário enfraqueceu o dólar em cerca de 10% no ano, uma tendência que deve continuar, já que o Fed deve flexibilizar ainda mais a política monetária para evitar a fraqueza do mercado de trabalho. Enquanto isso, o Banco Central Europeu (BCE) provavelmente já concluiu seu processo de cortes das taxas de juros.
Em agosto, o relatório payroll mostrou que os empregos nos Estados Unidos aumentaram em apenas 22.000. Embora uma pesquisa separada da Reuters tenha mostrado que a maior economia do mundo provavelmente criou 50.000 empregos em setembro, a paralisação do governo norte-americano, que entrou em vigor nesta quarta-feira, atrasará o payroll aguardado com ansiedade pelos mercados.
Ainda assim, a perspectiva geral é de que o dólar permaneça fraco no curto prazo.
"Eu provavelmente ficaria fora do dólar, a menos que estivesse sendo tático", disse Dan Tobon, chefe de estratégia de câmbio no Citi.
Uma maioria de quase 75% dos analistas, ou 30 de 41, que responderam a uma pergunta separada na pesquisa da Reuters de 26 de setembro a 1º de outubro, esperava que a posição líquida vendida em dólar aumentasse ou que o posicionamento atual não mudasse muito até o final de outubro.
Os dados mais recentes da Commodity Futures Trading Commission (CFTC) mostraram que a posição vendida em dólar, iniciada em abril deste ano, estava firmemente estabelecida.
"O dólar pode enfraquecer ainda mais nos próximos seis a 12 meses, à medida que o Fed continua cortando as taxas, enquanto outros grandes bancos centrais, como o BCE, indicam que estão próximos ou no fim de seus ciclos de taxas", disse Lee Hardman, analista sênior de câmbio do MUFG.
"O dólar enfraqueceu um pouco em resposta à paralisação, mas, em termos gerais, não acho que isso mude muito. Por enquanto, acho que o mercado precisa apenas seguir no modo atual e o Fed continuará no caminho certo para cortar as taxas no final deste mês, mesmo que não tenha dados para a próxima semana ou duas para analisar", acrescentou.
Em 17 de setembro, o Fed reduziu sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, para a faixa de 4,00% a 4,25%, e indicou que mais cortes seriam feitos nas reuniões de outubro e dezembro.
Os futuros de taxas de juros estão precificando uma chance de 95% de um corte em outubro, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
A pesquisa com quase 80 estrategistas de câmbio mostrou que o dólar se enfraquecerá em relação a todas as principais moedas nos próximos três, seis e 12 meses.
Mais de 70% dos analistas, ou 33 de 45, que responderam a uma pergunta adicional afirmaram que o dólar provavelmente terminará 2025 mais fraco do que o esperado, em vez de mais forte. Doze analistas responderam que o dólar estará mais forte.
O euro, que ganhou mais de 13% em relação ao dólar no ano, deve se fortalecer de 1,5% a 3,0%, para ser negociado em torno de US$1,19, US$1,20 e US$1,21 nos próximos três, seis e 12 meses, respectivamente.
Entre outras moedas importantes, há projeção de ganho de cerca de 6% para o iene japonês em um ano, para 139 por dólar. No caso do dólar australiano e do dólar neozelandês, os ganhos esperados são de 4,0%-6,0%.
(Reportagem de Hari Kishan; pesquisa de Aman Kumar Soni e Mumal Rathore)