Por Ayenat Mersie e George Obulutsa
NAIRÓBI (Reuters) - A principal autoridade de saúde da União Africana (UA) classificou como lamentável o Reino Unido não reconhecer vacinas contra coronavírus administradas na África, dizendo nesta quinta-feira que a postura envia uma mensagem de saúde pública desorientadora.
Na semana passada, a Inglaterra anunciou que ampliaria a lista de países cujas vacinas reconhece, acrescentando 17 à compilação inicial com Estados Unidos e Europa. Nenhum destes países está na África. O governo britânico determina as diretrizes de coronavírus da Inglaterra, enquanto Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte definem suas próprias regras.
"Lamentamos que o Reino Unido adote esta posição. Estamos pedindo que eles reavaliem isto, porque não está no verdadeiro espírito de solidariedade e cooperação", disse o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África, John Nkengasong.
"Se... você nos envia vacinas e usamos estas vacinas e você diz que não reconhece pessoas que foram imunizadas com estas vacinas... isto envia uma mensagem muito problemática para nós."
Na terça-feira, a Alta Comissão Britânica no Quênia disse em um comunicado conjunto com o Ministério da Saúde queniano que leva tempo para se montar um sistema para reconhecer certificados de vacina para viagens internacionais.
Richard Mihigo, uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS), ecoou o comunicado, dizendo que a questão trata fundamentalmente de certificados.