BERLIM (Reuters) - A Alemanha acredita que a variante Delta do coronavírus responderá por até 80% das infecções deste mês e pode amenizar restrições de viagem de países como Portugal e Reino Unido, onde ela já domina, disse o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, nesta quinta-feira.
O ministro disse em uma coletiva de imprensa que a Alemanha pode reduzir a exigência de 14 dias de quarentena que impõe a viajantes de países com níveis altos da variante Delta quando souber que as pessoas vacinadas estão protegidas.
Spahn disse que a decisão pode vir em breve, sem dar detalhes.
Mais tarde nesta quinta-feira, a comissão de vacinação alemã Stiko disse que estudos britânicos mostram que duas doses de vacina parecem oferecer tanta proteção contra a variante Delta quanto contra outras variantes da Covid-19.
Ele reiterou a importância de se acelerar as vacinações, observando que 37% da população da Alemanha já recebeu duas doses e que 55% recebeu uma primeira dose.
Atualmente, cerca de metade dos casos de coronavírus alemães são da variante Delta, e Spahn disse que ela predominará no final deste mês.
Na semana passada, a Alemanha declarou Portugal e Rússia "zonas de variante do vírus", o que significa que somente moradores podem entrar em solo alemão vindos destes países, e mesmo assim enfrentam uma quarentena obrigatória de duas semanas, ainda que estejam totalmente vacinados ou tenham exames negativos.
A medida levou turistas alemães a correrem para casa e empresas aéreas a cancelarem voos.
A Alemanha também classificou o Reino Unido como "zona de variante do vírus". Sua chanceler, Angela Merkel, deve debater as restrições de viagem quando se encontrar com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na sexta-feira.
(Por Emma Thomasson e Thomas Escritt)